No século XVI, ao chegarem ao Pico as primeiras cepas de verdelho não se poderia imaginar que ao longo dos séculos XVII, XVIII e inícios do século XIX, estas produziriam um vinho de tão excepcional qualidade que a família de comerciantes alemães Wants Walter o levaria até aos reis de Inglaterra e aos Czares da Rússia.
Documentos históricos contam-nos que era considerado nas cartas de vinhos dos banquetes reais, que os Czares enviavam os seus barcos para recolherem tão precioso néctar, os médicos receitavam-no e até Leon Tolstoi o refere no seu “Guerra e Paz”.
Em meados do século XIX, vitimadas por doenças, as vinhas foram sucumbindo perante o olhar impotente das gentes do Pico.
A Cooperativa Vitivinícula do Pico
No inicio da década de 50 do século passado, um grupo de vitivinicultores da Ilha do Pico, conscientes da necessidade da existência duma estrutura que reunisse boas capacidades de produção e económicas, decidiu constituir a Cooperativa Vitivinícola da ilha do Pico, CRL, que foi registada na Conservatória do Registo Comercial em Fevereiro de 1950, tendo como objectivo fundamental a produção de Vinhos Licorosos e comuns.
Inicialmente a adega da CVIP laborou exclusivamente as castas nobres, Verdelho, “Arinto” e Terrantez, introduzidas na Ilha aquando do seu povoamento.
Desde o inicio da década de 90, na sequência de importantes trabalhos ao nível experimental, foram dados passos significativos para a melhoria da qualidade de todos os vinhos, dos quais se realça a introdução de novas castas que substituiram espaços de cultura de produtores directos, em paralelo com a renovação dos encepamentos de castas nobres tradicionais, beneficiando todas as produções resultantes com as inovações tecnológicas introduzidas na adega.
O lançamento no mercado do primeiro Vinho Licoroso de Qualidade Produzido em Região Determinada (VLQPRD), com características muito especiais, de nome “Lajido”, verifica-se no final do ano de 1997.
No ano de 2003, com a criação do estatuto dos vinhos Regionais Açores, foram lançados no mercado dois vinhos nesta categoria, o ” Frei Gigante”, branco e o Terras de Lava Branco, em simultâneo com um vinho licoroso doce tipo Jeropiga, designado Angelica.
No ano seguinte foi a vez do lançamento do Vinho Regional “Terras de Lava Tinto”.
Neste mesmo ano (2004), a Paisagem Protegida de Interesse Regional da Cultura da Vinha, por reconhecimento e classificação pela UNESCO, foi elevada ao estatuto de Património Mundial da Humanidade, o que veio dar um novo ânimo aos Viticultores para a continuidade da produção das castas nobres que originam os vinhos de superior qualidade.
Actualmente, a CVIP tem no activo cerca de 220 associados produtores das uvas que dão lugar aos vinhos que pode “desvendar” navegando neste site.
Portofólio
Onde adquirir estes vinhos: Espaço Açores, Rua de São Julião, 58; Garrafeira Nacional, Rua de Santa Justa (junto à Pollux)
Fonte: Cooperativa Vitivinícula da Ilha do Pico
1 Comentário
Ivo Sousa
8 anos atrásPaisagem da Cultura da Vinha da ilha do Pico, uma autêntica lição de vida:
http://www.caisdopico.pt/2015/11/vinha-da-ilha-do-pico-uma-licao-de-vida.html