O prestígio dos vinhos da região de Lamego remonta ao século XVI e foi definitivamente consagrado com a produção dos espumantes Raposeira, empresa fundada há mais de 100 anos.
Estudos então realizados pelos seus proprietários na famosa região de Champagne, em França, e uma série de experiências levadas a cabo em terras lamecenses pelos mesmos permitiram criar a personalidade de alguns dos mais consagrados espumantes portugueses.
Lamego, terra de grandes pergaminhos e com lugar cativo na história de Portugal, foi, assim, terra-mãe deste néctar que foi buscar às castas originais de champagne a sua matéria prima mas que se afirmou como um produto de carácter bem nacional.
Ao longo dos tempos, a Raposeira conquistou uma posição sólida nos mercados graças à elevada qualidade dos espumantes produzidos. Essa qualidade valeu-lhe a liderança quase permanente do sector a nível nacional.
É com extremo cuidado, alto profissionalismo e um rigoroso controlo de qualidade que a Raposeira selecciona, transporta e vinifica as uvas.
Cada etapa de produção é acompanhada de perto pelos enólogos, cujo saber científico consolida um século de experiência acumulada.
A segunda fermentação efectua-se em garrafa segundo o método tradicional champanhês, ou método clássico. Assim, o vinho e os fermentos naturais desenvolvem um cuidadoso processo de evolução em que as condições de humidade, luz e temperatura são fundamentais.
As operações de “remuage”, “degorgement” e licorização, sempre pelas mãos de quem sabe, completam o processo de criação destes espumantes e dão-lhe o toque final de distinção.
Os espumantes Raposeira guardam o carácter intenso da região Beira-Douro, sublimam o sabor inconfundível dos seus néctares e são o fruto da persistência da sua gente.
Não há lar em Portugal onde o nome Raposeira não seja sinónimo de festa. Seja de aniversário, de casamento ou de baptizado. Aliás, esse é um dos grandes pontos fracos do espumante… a sua associação a momentos festivos, o que concede um cariz excessivamente sazonal às vendas.
Ao contrário do champanhe, cujo método de produção é repetido, na perfeição, para dar origem ao espumante (só o vinho produzido na região demarcada de Champagne, em França, pode usar essa designação), e do vinho cava (o espumante espanhol da região da Catalunha). “Em Champagne quase não se vendem vinhos tintos ou brancos. As pessoas acompanham uma refeição completa com champanhe e na Catalunha é o mesmo. À noite, em tudo quanto é espaço, seja tabernas, bares ou restaurantes, há cava a flute ou a copo”, garante Orlando Lourenço, administrador da Raposeira e da Murganheira.
Em Portugal, há ainda um longo caminho a percorrer na educação do consumidor para o consumo regular de espumante. Isto apesar das muitas iniciativas de promoção e educação que as duas empresas tentam fazer junto dos restaurantes e hotéis no sentido de que o espumante seja sugerido ao cliente como aperitivo, no início da refeição, ou mesmo acompanhando-a do princípio ao fim.Aprender com os espanhóisMas Orlando Lourenço reconhece que ainda temos muito a aprender com os nossos vizinhos espanhóis. Basta ver que das 2,4 milhões de garrafas de espumante Raposeira e 1,2 milhões de Murganheira vendidas anualmente, só uma percentagem muito pequena, da ordem dos 10 a 15%, se destina aos mercados externos. “A Catalunha tem sete milhões de habitantes, produz 280 milhões de garrafas de vinho cava por ano e consegue exportar 175 milhões de garrafas. É o maior exportador de espumante do mundo, enquanto nós, em Portugal, não conseguimos sequer que se consumam 10 milhões de garrafas por ano”, queixa-se este responsável.
A nível interno, a diferença está no facto de os espanhóis terem conseguido dar ao cava a designação de “bebida nacional”, diz Orlando Lourenço. E a nível externo? “Não conseguimos ser competitivos a nível de preço, nomeadamente porque eles têm factores de produção mais baratos do que os nossos, porque recebem ajudas à exportação dos governos autonómicos e porque fazem prevalecer a legislação nacional à comunitária”, assegura. Veja-se o caso dos vinhos Asti italianos. “Aparecem no mercado com 6,5 e 7 graus quando a legislação obriga a que os espumantes tenham de ter mais de 12 graus de álcool. É difícil concorrer assim”, sublinha Orlando Lourenço.
Isto já para não falar dos “tiros no pé” do sector da restauração. “Em Portugal, uma garrafa de espumante custa num restaurante 400% mais do que na origem, quando na Catalunha os produtores conseguiram acordos com a associação de restauração para que sejam praticadas, no máximo, margens de lucro de 30 a 35%. É fácil encontrar uma boa garrafa de cava por sete, oito ou dez euros na Catalunha, enquanto em Portugal encomendar um topo de gama da Raposeira ou da Murganheira é uma tragédia para o bolso do consumidor”, critica. E a verdade é que a Murganheira desenvolveu, inclusive, uma rolha especial para favorecer a venda de espumante a copo nos restaurantes.
Mas nem assim. “Se se abre uma garrafa de espumante num restaurante, todos se viram para ver se alguém está a fazer anos”, constata Orlando Lourenço.Apesar disso, a verdade é que um longo caminho foi já percorrido e a Murganheira conseguiu libertar-se um pouco dessa associação aos momentos festivos. Não só conseguiu que cerca de 40% das vendas sejam realizadas no decorrer do primeiro semestre, como conseguiu fazer subir a fasquia no tipo de venda. “Aproximadamente metade do que vendemos é dos vários tipos de espumante bruto, sem dúvida o mais aproximado ao champanhe”, reconhece o administrador da empresa. Na Raposeira, há ainda um longo caminho a percorrer, já que os brutos não representam mais de 15% das vendas.
A Raposeira é líder de mercado em quantidade, mas à Murganheira compete uma certa liderança no domínio da qualidade, apresentando produtos 20 a 25% mais caros. A empresa aposta também em tempos de estágio três a quatro vezes superiores aos definidos por lei e tem uma propriedade de 25 hectares onde plantou castas específicas do champanhe, designadamente pinot noir e chardonay, para além das castas tradicionais do Douro, como a malvasia fina, a touriga nacional e a tinta roriz, entre outras. Aliás, o que Orlando Lourenço sabe sobre o bem fazer do espumante aprendeu-o na sua formação na Station Oenotechnique de Champagne.
Sendo certo que a Raposeira sempre teve milhares de visitantes, por tradição, o museu, com abertura prevista para 2008, servirá para potenciar ainda mais essa componente. Mas esta área vai ser reforçada com um projecto na área do turismo e da vinoterapia, com um grande hotel e um espaço multiusos para festas e recepções. O projecto é do arquitecto Capinha Lopes e envolve um investimento de “alguns milhões de euros”. “Estamos a ver como é que o mercado responde. Não queremos caminhar depressa de mais”.
FONTE: DIÁRIO DE NOTÍCIAS
PORTOFÓLIO
A ZONA
Foi assim que o Douro foi construído e foi assim que o Douro pôde fazer nascer esses vinhos de qualidade e sabor incomparáveis, que estão hoje entre os melhores do mundo.
O rio é a alma desta região…. o rio Douro que serpenteia desde a fronteira até à cidade do Porto, o mesmo rio que antigamente os barcos rabelos percorriam, carregados com o vinho que levavam ás Caves de Vila Nova de Gaia, para aí repousarem.
Mais do que os vinhos deliciosos e paisagens grandiosas, o Douro tem história e proporciona uma descoberta aliciante das nossas raízes … as cidades são verdadeiros museus e revelam o que de melhor o passado nos deixou, através de um património de grande valor.
Nos lugares mais ermos e escondidos encontram-se túmulos pré-históricos, castros romanos, ruínas de lugares sagrados.
No coração das cidades e das vilas, a magia do passado ganha outras formas…
…castelos, torres e fortificações edificadas no tempo em que Portugal crescia e afirmava a sua independência.
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CONHECER LAMEGO Castelo de Lamego e Cisterna |
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Santuário de Nossa Senhora dos Remédios |
VISTA SOBRE O CONCELHO
FONTE E AGRADECIMENTOS
Caves da Raposeira e Câmara Municipal de Lamego
3 Comentários
Joana
12 anos atrásOlá Boa Tarde
Gostaria de saber se na vossa empresa seria possível efetuar um estágio profissional, sendo eu licenciada em Engenharia do Ambiente, tendo o Curso de Especialização Tecnológica (CET) – Técnico de Laboratório e ainda Curso de Pós Graduação em Sistemas Integrados de Gestão do Ambiente, Qualidade, e Segurança (acesso ao CAP Técnico Superior de Higiene, e Segurança no Trabalho).
Aguardo resposta
Com os melhores Cumprimentos
Joana Carneiro
email: joanacarneiro_1988@hotmail.com
luisa
13 anos atrásEu acabei o curso de higiene segurança no trabalho na escola profissional de lamego, e gostava de fazer um estágio. Se for possivel agradecia que me enviar um mail. Luisa_17_lamego@hotmail.com
Agradeço uma breve resposta.
com os melhores cumprimentos, luisa moreira
António Pina
14 anos atrásEu estou a terminar um curso profissional de turismo e a minha PAP (Prova de Aptidão Profissional), tem como tema “Rota de Vinhos de Lamego”.
Será que me podiam enviar para o meu e-mail algumas dicas ou ajuda do que fazer.
Agradeço uma breve resposta.
Com os melhores cumprimentos, António Pina.