Desde os primórdios, o Homem escolheu as terras de Penalva para nelas habitar.
Testemunhos desses longínquos tempos são os variados monumentos que nos legaram (Anta e Abrigos Pré-Históricos do Penedo de Com, Castro da Serra da Paramuna, etc…).
O Nome teve origem na existência de antiquissíma fortaleza (na margem esquerda do Rio Dão) de que não restam vestígios. O primitivo núcleo da vila, entre os rios Dão e Côja, terá tido assento noutro lugar, nas margens do Rio Om (actual Dão). Durante a Reconquista Cristã, as Terras de Penalva eram um ponto estratégico muito importante, e foram escolhidas para a construção do primeiro da Ordem do Santo Sepulcro em Portugal.
Por isso, ficou conhecida durante algum tempo por VIla Nova de Santo Sepulcro. As “terras de Penalva” foram habitadas desde há muito tempo, existindo muitos vestígios pré-históricos, como a Anta do Penedo de Com.
A 10 de Fevereiro de 1491, D.Manuel I, o Venturoso, atribui-lhes o Foral Novo, e renova-lhes os anteriores direitos e privilégios. Situado em pleno coração da Beira Alta, o actual concelho com sede em Penalva do Castelo (vila que até 1957 se denominava Castendo), tem uma população entre 8.000 a 9.000 pessoas e uma area aproximada de 140km2, e com treze freguesias, sendo elas : Antas, Castelo de Penalva, Esmolfe, Germil, Ínsua, Lusinde, Mareco, Matela, Pindo, Real, Sezures, Trancoselos e Vila Cova do Covelo.
O Concelho de Penalva do Castelo faz fronteira com os concelhos de Aguiar da Beira, Fornos de Algodres, Mangualde, Satão e Viseu.
Por aqui passaram Lusitanos, Romanos e Árabes marcando as deslumbrantes paisagens e a alma do beirão.
Conquistadas ao infiel, no séc. XI, por Fernando o Magno, as Terras de Penalva, desempenharam um importante papel na defesa das hostes cristãs e dos territórios a norte do Mondego.
Nos princípios da nacionalidade a Ordem do Santo Sepulcro, apoiada por D. Teresa, estabeleceu em Trancoselos o seu primeiro mosteiro em Portugal.Fruto de um clima muito próprio, as Terras de Penalva, beijadas pelo Dão, produzem um soberbo vinho de elevadíssima qualidade, acompanhante por excelência do afamado e delicioso Queijo da Serra e da tradicional broa de milho cozida em fomo de lenha. De Esmolfe, vêm a Maçã….Bravo!!
Pelos montes, recortados por pequenos vales e manchas de pinheiro bravo, abundam perdizes, lebres, coelhos e javalis proporcionando excelentes caçadas. Do mesmo modo, nos quatro rios que atravessam o concelho (Dão, Carapito, Ludares e Coja), há em quantidade barbos, bogas e bordalos.
Aqui podemos encontrar os mais belos solares de toda a Beira, com os seus magníficos e luxuriosos jardins, radiantes de esplendor e romantismo, onde os sonhos se tornam realidade.
O concelho de Penalva do Castelo, essencialmente agrícola e com boas condições agronómicas situa-se entre os melhores produtores de Vinho do Dão, de Frutas – merecendo especial referência a maçã do Bravo de Esmolfe – e do Queijo Serra da Estrela.
As deslumbrantes paisagens com os vales recortados por rios e rodeados por majestosos montes graníticos, são um regalo para os sentidos.
Para além desta riqueza natural existe um património arquitectónico de interesse do qual se destaca:
– Casa da Ínsua ou Solar dos Albuquerques, construído na Segunda metade do Séc. XVIII na povoação de Ínsua;
– Pelourinho de Penalva do Castelo, reconstruído em 1940;
– Igreja da Misericórdia de traço barroco, em Penalva do Castelo;
– Mata da Sr.ª de Lurdes e praia fluvial junto ao rio Coja;
– Casa Menezes em Penalva do Castelo;
– Casa Magalhães Coutinho em Penalva do Castelo;
– Casa de Gôje em Gôje;
– Casa dos Cabrais em Germil;
– Casa dos Tavares de Pina em Quinta da Boa Vista – Castelo de Penalva;
– Dólmen do Penedo do Com em Esmolfe;
– Castro da Paramuna em Esmolfe;
– Sepulturas antropomórficas nas freguesias de Castelo de Penalva, Esmolfe, Lusinde, Pindo e Sezures;
– Pontes Romanas de Castelo de Penalva e Trancoselos;
– As ruínas do Mosteiro do Santo Sepulcro na Quinta do Mosteiro – Trancoselos;
– Igreja matriz de Castelo de Penalva, com retábulos da Escola de Grão Vasco;
– Aldeia rural tipicamente beirã de Pindo de Baixo.
Poderemos igualmente apreciar a arte dos artesãos de modo a manter vivas as tradições:
– Latoaria em folha-de-flandres nas freguesias de Matela e Pindo;
– Cestaria em vime na povoação de Vales freguesia de Castelo de Penalva;
– Cantaria em granito na freguesia de Esmolfe;
– Estalinhos de Carnaval na povoação de Cantos freguesia de Castelo de Penalva.
Ao visitar o concelho de Penalva do Castelo saboreie a sua gastronomia:
– Arroz de míscaros com costelas em vinho-de-alhos;
– Feijão branco com carne de porco da salgadeira;
– Arroz de grelos com chouriça caseira;
– Enchidos;
– Queijo da Serra;
– Maçã Bravo de Esmolfe;
– Vinho do Dão.
No final vai ficar encantado com a hospitalidade das gentes de Penalva do Castelo e de certeza vai voltar!
UMA CURIOSIDADE DE PENALVA E MUNDO RURAL DE PORTUGAL -MEDICINA ANTIGA
Toda a gente sabe que noutros tempos as pessoas não procuravam
médicos quando se sentiam doentes, utilizavam elas os seus próprios
métodos para curar certas doenças.
Antigamente as ervas e produtos naturais é que ajudavam a ultrapassar
essas doenças.
Cabelo
– As raparigas para fazerem crescer o cabelo entalavam uma
madeixa numa cana em crescimento.
Cólicas
– Colocavam um pano sujo e por cima um testo de ferro
quente nas brasas.
Comichão
– Usavam como lenitivo lavagens com cozimento de
saponaria.
Constipação
– Comiam alho, ingerindo chá de sabugueiro ou uma
“borracheira” de vinho quente com mel, ao deitar.
Dor de Barriga
– Quando as crianças se queixavam de dor de
barriga untavam-na com azeite quente
Dor de Dentes
– Na desesperada dor de dentes aplicavam vinagre com sal;
Calos
– Nestes aplicava-se alho esmagado, amiudadas vezes
Ciática
– É uma doença rebelde que começa na nádega e se estende
dolorosamente pela perna. Além do uso de panos quentes, pomadas e
fricções, comiam alho descascado em jejum durante nove dias
Quebranto
– Doença que se revela com fraqueza e abatimento físico,
proveniente dos males do estômago, do fígado e dos rins.
A superstição popular tomava-o por mau olhado e recorria às rezas
Cravo
– Nesta pequena excrescência que se forma na pele da cara ou das
mãos faziam-lhe sangue e deitavam-lhe leite dos figos ou apegavam-se à
Santa Eufémia com promessas
Eczema
– Mal de pele que se caracteriza pela exsudação, pele escamosa
e forte comichão.
Tomavam chá de agrião, de alfazema e esfregavam a pele afectada com
casca de noz e da bugalha da folha do cravo
Espinhela caída
– Era medicada com rezas e esticões dos braços e das
pernas para que, no dizer das rezadeiras, um não ficasse mais curto que o outro.
FONTE: C.M. PENALVA DO CASTELO
2 Comentários
XICOALMADA
16 anos atrásAmigo Jorge está sempre a surpreender-me ! Um abraço.