História

Situada a Norte de Portugal a Região de Trás-os-Montes revela-se por entre montes e pronunciados vales numa grande área de extensão. Esta é uma Região única com características especiais. Em toda a região o cenário muda rapidamente, entre exuberantes vales verdejantes, ou colinas antigas cobertas por uma colcha de retalhos de bosques, ou olivais verde-cinza, extensas vinhas verdes brilhantes, ou amendoeiras floridas e outras árvores de fruto.

O cultivo da vinha e a produção de vinho na Região de Trás-os-Montes tem origem secular, estando esta intrinsecamente marcada nas suas rochas, uma vez que por toda a região existem vários lagares cavados na rocha de origem Romana e Pré-Romana. A existência de vinhas velhas com castas centenárias marca também de uma forma muito peculiar a qualidade reconhecida dos vinhos desta região.

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Apesar das características muito próprias, na região de Trás-os-Montes verifica-se a existência de vários microclimas, que aliados às diferenças existentes na constituição dos solos, normalmente graníticos com manchas de xisto, bem como á maior adaptabilidade de determinadas castas, permitem obter vinhos muito diferenciados. Tais diferenças permitiram definir três sub-regiões para a produção de vinhos de qualidade com direito a DO Trás-os-Montes. Os critérios tidos em conta foram essencialmente as altitudes, exposição solar, clima e a constituição dos solos, tendo sido a Denominação de Origem (DO Trás-os-Montes) reconhecida a partir de 9 de Novembro de 2006 (Portaria n.º 1204/2006).

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No que se refere aos vinhos com Identificação Geográfica Transmontano, estes podem ser produzidos em toda a Região, sendo que a Indicação Geográfica Transmontano (IG Transmontano), foi reconhecida a partir de 9 de Novembro de 2006 (Portaria n.º 1203/2006).

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O controlo e a defesa da Denominação de Origem e Indicação Geográfica, são da responsabilidade da entidade certificadora “Comissão Vitivinícola Regional de Trás-os-Montes” esta tem por objetivo, proteger e garantir a qualidade e genuinidade dos vinhos de qualidade produzidos na região de Trás-os-Montes.

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Constituída em 1997 a CVRTM, viria ajudar a impulsionar o desenvolvimento da região, e a levar mais alto, aquém e além-fronteiras, os vinhos Transmontanos. Tendo iniciado a sua atividade com apenas um agente económico, esta entidade conta já com 62 associados, que contribuíram para o renascimento da região e para o incremento de qualidade dos seus vinhos, sendo que a sua atividade resulta num volume anual de litros certificados de aproximadamente 3 milhões.

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Sub-Regiões

Apesar de características muito próprias, na região de Trás-os-Montes verifica-se a existência de vários microclimas, que aliados às diferenças existentes na constituição dos solos, bem como á maior adaptabilidade de determinadas castas, permitem obter vinhos muito diferenciados. Tais diferenças permitiram definir três sub-regiões para a produção de vinhos de qualidade com direito a DO Trás-os-Montes, os critérios tidos em conta foram essencialmente as altitudes, exposição solar, clima e a constituição dos solos.

 

Sub-Região de Chaves

Localizada na fronteira com Espanha para Norte, e famosa pelas suas águas termais, as vinhas situam-se nas encostas de pequenos vales, correndo em direção ao vale do Rio Tâmega. Nesta sub-Região, os solos são essencialmente graníticos com várias manchas de xisto, a altitude ronda os 350 a 400m e verifica-se a incidência de valores elevados de pluviosidade e teores elevados de humidade relativa.

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  •  Área Geográfica

Abrange os concelhos de Chaves (freguesias de Anelhe, Arcossó, Bustelo, Calvão, Cela, Curalha, Eiras, Ervededo, Faiões, Lama de Arcos, Loivos, Madalena, Oura, Outeiro Seco, Póvoa de Agrações, Redondelo, Samaiões, Sanjurge, Santa Cruz/Trindade, Santa Maria Maior, Santo António de Monforte, Santo Estêvão, São Pedro de Agostém, Seara Velha Selhariz, Soutelinho da Raia, Soutelo, Vale de Anta, Vidago, Vila Verde de Raia, Vilar de Nantes, Vilarelho da Raia, Vilarinho das Paranheiras, Vilas Boas, Vilela do Tâmega e Vilela Seca), Vila Pouca de Aguiar (freguesias de Capeludos e Valoura).

Sub-Região de Valpaços

A sub-região de Valpaços localiza-se no centro do coração da Terra Quente Transmontana. Amplamente reconhecida pela produção de vinhos que remontam a tempos romanos, tal presença está intrinsecamente marcada nas rochas o maior número de lagares cavados na rocha até hoje identificados. Nesta Sub-Região, os solos apresentam diferenças significativas, ocorrendo uma maior incidência de manchas de xisto, existindo muitas zonas de transição com solos graníticos, a altitude ronda os 450 a 650 m. No que se refere ao clima, verifica-se a ocorrência de temperaturas mais elevadas durante o verão e valores mais baixos de humidade relativa, bem como valores inferiores de pluviosidade.

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  •  Área Geográfica

Abrange os concelhos de Macedo de Cavaleiros (freguesias de Arcas, Cortiços, Lamalonga, Sesulfe, e Vilarinho de Agrochão),Mirandela (freguesias de Abambres, Aguieiras, Alvites, Avantos, (excluindo as propriedades da Sociedade Clemente Meneres), Bouça, Cabanelas, Carvalhais (excluindo as propriedades da Sociedade Clemente Meneres), Fradizela, Franco, Lamas de Orelhão, Múrias, Mascarenhas, Mirandela, Passos, São Pedro Velho, São Salvador, Suçães, Torre de D. Chama, Vale de Gouvinhas, Vale de Salgueiro e Vale de Telhas), Murça (freguesia de Jou), Valpaços (freguesias de Água Revés e Castro, Ageriz, Barreiros, Bouçoães, Canaveses, Carrazedo de Montenegro, Ervões, Fornos do Pinhal, Possacos, Rio Torto, Sanfins, Santa Maria de Emeres, Santa Valha, São Pedro de Veiga de Lila, Sonim, Vales, Valpaços, Vassal, Veiga de Lila, e Vilarandelo), Vinhais (freguesias de Agrochão, Ervedosa, Rebordelo, Vale das Fontes, e Vale de Janeiro).

 Sub-Região do Planalto Mirandês

 

Localizada no sudeste da Região de Trás-os-Montes, na sub-região do Planalto Mirandês é o rio Douro que influência o cultivo da vinha. Nesta, os solos são essencialmente xistosos, a altitude ronda os 350 a 600 m, verificando-se a ocorrência de grandes amplitudes térmicas e muito baixos teores de humidade relativa, bem como a incidência de ventos, tais características, associadas ao tradicional modo de condução da vinha em taça, ou cabeça de salgueiro, permitem um maior controlo da vinha, inibindo o desenvolvimento de certas doenças e permitindo desta forma uma viticultura praticamente biológica.

  •  Área Geográfica

Abrange os concelhos de Miranda do DouroMogadouro, VimiosoFreixo de Espada à Cinta (freguesias de Fornos e Lagoaça), Torre de Moncorvo (freguesias de Carviçais, Felgar, Felgueiras, Larinho, Maçores, Mós e Souto da Velha, excluindo as áreas pertencentes à Região do Douro).

Tipo de Vinhos

 

Características dos Vinhos

 

No que se refere à tipicidade dos vinhos da região de Trás-os-Montes, para além da diversidade existente podem ser referidos alguns traços comuns a todos os vinhos, os vinhos brancos apresentam equilíbrio aromático com grande intensidade de aromas frutados e leves florais, na boca revelam uma acidez correta não sendo excessivamente pronunciada. No caso dos vinhos tintos, são vinhos com uma intensidade corante muito consistente e elevada, aromaticamente muito frutados, na boca relevam-se estruturados, e apesar dos teores alcoólicos normalmente elevados verifica-se uma acidez fixa correta, tornando-se vinhos robustos mas agradáveis e muito equilibrados.

 

FONTE: CVRTM