Sistemas de Condução Tradicionais

Um dos traços mais típicos da paisagem do Noroeste de Portugal consiste nas ramadas que cobrem os caminhos e nas videiras entrelaçadas com árvores nas bordas dos campos. Grande parte da produção de vinhos provém ainda dessas videiras e o seu carácter está tão ligado às condições naturais da região como a essas formas de instalação de vinha.

Sistemas de condução tradicionais:

Uveiras

Arjões

Ramadas

Existem, ainda, outros sistemas de condução modernos (bardo, cruzeta e cordão).

Uveiras

A forma de instalação de vinha mais famosa e ancestral na região dos vinhos verdes é a uveira, ou vinha de enforcado. Junto a uma árvore, um castanheiro, um choupo ou um plátano plantam-se de uma a quatro videiras que se deixam crescer livremente, entrelaçando-se com os ramos da árvore de suporte (que são violentamente podadas para dar maior relevo à videira). Estas videiras podem atingir enormes proporções. Não exigem espaço nem adubação próprios, satisfazem-se muitas vezes com podas ano sim, ano não, e ainda por cima cada pé pode produzir vários cestos de uvas.

A economia que parecem proporcionar, no entanto, resulta em vinhos de inferior qualidade: a possibilidade de doenças é grande, os tratamentos são difíceis, a maturação das uvas tardia e muitas vezes incompleta, os teores de açúcar – e, portanto, de álcool – sempre baixos, a vindima, feita com enormes escadas de «passais», um perigo constante.

Arjões

Entre as várias árvores plantadas nas bordaduras dos campos era usual estender fios de arame até à altura de 6 a 8 metros e deixar as videiras subir e expandir-se. Temos então os arjões ou arjoados, resultantes de uma evolução e intensificação das uveiras relacionadas com a difusão do arame. Tal como os enforcados, estes arjões são típicos de uma produção vinícola em regime de agricultura intensiva, não especializada, consociada com variadas outras culturas, e que tira proveito de uma produção que praticamente não ocupa espaço no solo e não requer dispêndio de mão-de-obra.

O que se disse em relação aos enforcados aplica-se, regra geral, aos arjões. Se a possibilidade de contrair doenças das árvores de suporte é menor, já o perigo da vindima e das podas, com as longas escadas encostadas a arames cuja resistência deixa tanto a desejar, pode ser considerado ainda maior. Quanto à qualidade, não há diferenças significativas entre uns e outros.

Ramadas

As ramadas ou latadas consistem, em termos gerais, em estruturas horizontais , de ferro ou de madeira e arame e assentes sobre esteios, geralmente de granito. Estas estruturas vêem-se com frequência sobre caminhos, largos, logradouros públicos como tanques e fontes, ou na orla dos campos, podendo também aparecer, mais raramente, em sistema de vinha contínua (neste caso apresentam uma forma em dente de serra, isto é, oblíquas e não paralelas ao solo).

No seu sentido mais comum, trata-se de um sistema que permite aproveitar produtivamente espaços improdutivos, ou sobrepor-se a outras culturas; é frequente, com efeito, cultivar batatas debaixo de ramadas, quando na orla de campos ou em regime de vinha contínua.