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História de Mangualde

Mangualde situa-se na Região Centro, mais concretamente na Beira Interior.

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Localiza-se a mais ou menos 15 km da sede do distrito de Viseu.

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O concelho de Mangualde confronta-se a Norte com o concelho de Penalva do Castelo, a Oeste com o concelho de Viseu, a Sul com os concelhos de Nelas, Seia e Gouveia e a Este com o concelho de Fornos de Algodres.

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Dispõe de uma superfície de 220,72 km2 abrangendo um total de 18 freguesias. A forma topográfica dominante é o planalto que se inclina para Sul, cortado pelos vales encaixados dos Rios Dão e Mondego.

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Nas encostas destes vales encontram-se terras férteis de aluvião. Neste concelho existe uma cadeia de pequenas montanhas destacando-se a Nascente a Serra do Bom Sucesso, que se prolonga para Guimarães de Tavares.

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Neste encadeamento sucedem-se as Serras de Abrunhosa-a-Velha, Cunha Alta e Almeidinha que se ligam à da Senhora do Castelo. Na parte central do concelho aparecem as terras de vegetação fértil – freguesias de Mangualde, Fornos de Maceira Dão, Espinho e Alcafache.

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Dispersas e de fraca altitude notam-se as elevações de Tabosa, Roda e Fagilde.

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Do ponto de vista geomorfológico, Mangualde insere-se num conjunto denominado Maciço Antigo, datado do Paleozóico.

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Foi, desde então, sujeito a um processo prolongado de erosão e aplanação, sofrendo mais tarde um rejuvenescimento com os movimentos Alpinos.

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Toda a área é granítica, sendo as suas formas actuais consequência da acção erosiva da sua rede hidrográfica. O clima é mediterrâneo com feição continental, apresentando Invernos frios e verões quentes e secos.

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O concelho é atravessado a Norte pelo rio Dão e a Sul pelo rio Mondego, constituindo ambos fronteiras naturais do mesmo.

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Além destes rios, Mangualde é ainda atravessado por uma série de ribeiras e riachos todas elas de fraco caudal, sendo de destacar a ribeira de Frades, a ribeira do Castelo e a ribeira de Videira, na metade Oeste do concelho.

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A barragem de Fagilde é a maior extensão hidrográfica existente e limita a fronteira a Norte do concelho.

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Por esta região passaram todos os caminhos antigos e por eles viajaram antigos povos – guerreiros de Viriato, pastores da transumância, romanos, mouros e cristãos falados em lendas, soldados de Castela, de França, romeiros e feirantes.

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Em tempos modernos Mangualde é entreposto histórico e importante dos tecidos produzidos nas fábricas da Covilhã, de Seia e de Gouveia. Mangualde, situado num planalto fronteiro à Serra da Estrela e marginando pelo Norte o rio Mondego, foi devido à sua situação geográfica, ocupado natural e sucessivamente por várias civilizações desde a pré-história até aos nossos dias, como o comprovam monumentos deixados pela civilização dolménica, o espólio encontrado nos castros existentes e as escavações arqueológicas que permitem a descoberta de vilas romanas. Normalmente atribui-se uma ocupação pré-romana ao monte de Nossa Sª do Castelo, onde teria existido um castro e posteriormente uma fortaleza romana.

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Os romanos, atraídos pelas inúmeras riquezas naturais da Península Ibérica, nomeadamente a exploração mineira, iniciam em finais do séc. 11 A.C., a sua ocupação progressiva, que irá perdurar até ao séc. V, altura em que toda a Europa ocidental é assolada por invasões bárbaras. Com a romanização, há uma autêntica difusão e assimilação das estruturas culturais, políticas, sociais, económicas e religiosas por parte dos povos que, então, habitavam a península. Por aqui passava uma das principais vias da Lusitânia, ligando “Emerita Augusta” (Mérida) a “Bracara Augusta” (Braga). Nela destacam-se dois marcos milenários encontrados em Abrunhosa – a – Velha aludindo a reparações da via pelos imperadores Adriano e Numeriano.

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Uma segunda via entrava no concelho através da ponte de Alcafache, cujos alicerces são de origem romana, seguindo para Espinho, atravessando algures o Rio Mondego. Uma outra atravessaria o concelho pelo lado norte. Depois da passagem dos Bárbaros, no séc. V, sofreu, dois séculos mais tarde a invasão dos muçulmanos. Estes teriam ocupado o monte da Sra. do Castelo, cujo alcaide teria sido um mouro de nome Zurara, passando então a fortaleza a chamar-se “Castelo de Zurara ou Azurara”, dando origem ao antigo nome deste concelho, “Azurara da Beira”.

A história de Mangualde medieval prende-se com a do país que nessa altura surgia e se afirmava como nação independente na luta contra os mouros e subsequente repovoamento. No monte da Sra. do Castelo; onde se terá erguido a fortaleza, uma zona privilegiada de vigia e posto de observação de várias milhas em redor; descobre-se uma das mais vastas paisagens desde o Buçaco ao Caramulo, Montemuro e Gralheira.

Na idade Média, a vila, hoje cidade de Mangualde, nasceu à volta de dois bairros primitivos – o primeiro genericamente designado por “Cabo da Vila” e o segundo por “Rossio”. Com o desenvolvimento da população surgiu a necessidade de novas construções pelo que naquele baldio público, o Rossio, se começou a formar um novo bairro. Por essa mesma altura (meados do Séc. XVIl) os “Paes do Amaral” ainda não tinham erguido o seu magnífico palácio e no seu lugar existiam umas modestas casas onde residiam. A partir do século XVII com a fundação da Misericórdia por D. Filipe II (1613), a criação do Juiz de Fora por D. João IV ( 1655) e a instituição da feira por D. Pedro II (1681), Mangualde conheceu um forte surto de desenvolvimento. No séc. XlX, o casario começou a aumentar nessa zona. Porém, foi a construção da estrada que, atravessando-a em toda a sua extensão, dirigindo-se à Guarda, contribuiu para esse desenvolvimento.

Durante o século passado, os dois bairros acabaram por ficar ligados, assumindo o segundo bairro (do Rossio) uma importância maior, pois, foi aí que se veio a concentrar toda a vida social e económica de Mangualde, onde se instalaram repartições públicas, sucursais de bancos, estabelecimentos comerciais, cafés, etc.

A Assembleia da República elevou Mangualde à categoria de cidade em 3 de Julho de 1986.

“Foral de Azurara”

Em 1058, o castelo Medieval deste concelho, foi conquistado aos mouros, por Fernando Magno, Rei de Leão. Assim, em 1102, ainda não eram decorridos 40 anos após a conquista de Coimbra pelos Cristãos aos Mouros, o Conde D. Henrique e D. Teresa, antes da independência de Portugal, deram foral às terras de Zurara, entre o Dão e o Mondego. Este foral foi confirmado por D. Afonso II aquando das Ordenações Afonsinas em Fevereiro de 1217 bem como por D. Manuel I em 1514 pelas ordenações Manuelinas.

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” Em nome de Nosso Senhor Jesus Cristo, amen, Eu, Conde Henrique e minha mulher D. Teresa, filha do rei Afonso, damos carta de foral às populações de Zurara (que fica) entre o rio Dão e Mondego e entre Penalva e o Rio Real E, (…). Aquele Conde D. Henrique outou ( Zurara ) desde o rio Dão até ao Mondego com foro de 15000 módios e, qualquer homem que aí entrar (no território de Azurara) com mão armada em perseguição de algum assassino ou servo fugidiço, e , enfim , outro qualquer indivíduo ou por qualquer motivo, que pague multa (os 1500 módios ) ou, então, que lhe sejam decepadas as mãos ou arrancados os olhos.(…. ) Todos os homens entre os rios Dão e Mondego correspondam a Zurara com serviço e com foro. E eu, Conde Henrique e minha esposa rainha D. Teresa fazemos jurar esta (carta por Egas Moniz, D. Rabaldo e D. Gonçalo Pedro en nossa vez ” (Ano de Cristo de 1102 ).

FONTE: CM Mangualde