Atualmente apenas o Município de Oeiras e o seminário lutam para não deixar passar a simples história o que é o vinho de Carcavellos. Graças à sua tenacidade ainda é e não era ou “existiu em tempos”.

Esta região, situada muito próximo da foz do Tejo, foi definida pela carta de lei de 18 de Setembro de 1908. 
É região vinhateira já antiga.

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No tempo do Marquês de Pombal os vinhos da sua Quinta de Oeiras que em parte está situada na actual região demarcada, eram comprados pela Companhia do Alto Douro.

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O vinho da região era tão apreciado já nessa altura que entre os presentes enviados por El-Rei D. José I, no ano de 1752, à côrte de Pequim pelo Embaixador Francisco de Assis Pacheco de Sampaio figuravam duas garrafas de vinho de Carcavelos numa caixa forrada de veludo carmezim guarnecida com galões de prata e ferragens também de prata.

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A produção total da região chegou a atingir 3.000 pipas no princípio do século XIX.

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A região contava com os favores do clima, influenciado pela proximidade do mar, embora de forma não muito significativa, porque os ventos dominantes do Norte durante a época estival repeliam a humidade que seria prejudicial à maturação da uva.

A própria exposição a Sul era bastante favorável à cultura da vinha, que também encontrava boas condições de desenvolvimento nos solos de formação calcária.

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Do leque de castas então mais comuns, a maioria das quais se mantém no encepamento actual, o destaque vai para o Galego Dourado. 

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As uvas tintas eram desengaçadas em parte, ao que se seguia a pisa no lagar, sendo a fermentação feita em balseiros pelo tempo de uma semana. 

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O vinho branco era fabricado segundo o método comum de bica aberta, fermentando em tonéis destapados, pelo espaço de um mês e ao fim d’este tempo aguardenta-se.
As fermentações eram longas e completas, desdobrando-se todo o açúcar do mosto. 
Para poder beneficiar da denominação Carcavelos há que cumprir o que legalmente está estabelecido – Decreto-Lei nº 246/94 de 29 de Setembro. Os vinhos deverão ter um título alcoométrico total superior a 17,5% vol. e adquirido não superior a 22% vol., não podendo o teor de açúcar residual ser superior a 150 g/l. 
Das práticas tradicionais o generoso Carcavelos respeitará obrigatoriamente um estágio mínimo de dois anos em madeira e seis meses em garrafa.



Até alguns anos atrás foi a Quinta do Barão que manteve com certa projecção a produção de Carcavelos. Mas a invasão do betão, o alargamento do sistema viário, as dificuldades em mão-de-obra, levaram a que este bastião do Carcavelos sucumbisse. 

Dos sobreviventes merecem referencia a Quinta dos Pesos, Quinta da Ribeira, Quinta da Samarra e com maior expressão a Quinta do Marquês que no seu conjunto e para elaboração do Carcavelos totalizam uma área com pouco mais de 10 hectares. Consequentemente a produção é exígua, sendo os vinhos que se encontram no mercado de colheitas, já com vários anos.