O desafio foi lançado por Vasco d’Avillez, presidente da CVR Lisboa, que pelo segundo ano consecutivo pretende mostrar que não há limites para a harmonização de vinhos.
Recorde-se que foi em 2015 que Vasco d’Avillez desafiou pela primeira vez os enólogos da Câmara de Provadores da CVR Lisboa a assinalar o evento
AS ESCOLHAS
PERDIDO EM MARTE
À semelhança do que aconteceu com o astronauta Mark Watney, também o ‘Porta 6’
andou perdido durante longos meses. Subitamente, aparece em terras de Sua Majestade
e é automaticamente resgatado por uma legião de consumidores que o procuram
avidamente, respondendo ao intenso apelo de um opinion maker em êxtase. Um
aumento exponencial nas vendas fez com que corresse o risco de quase desaparecer,
consagrando assim o Porta 6, tal como o astronauta Mark Watney. (António Ventura)
O CASO SPOTLIGHT
Julião Batista escolheu o vinho branco regional de Lisboa ‘Velhos Tempos’, Arinto
Reserva 2015. A escolha centra-se no facto deste vinho revelar características
aromáticas não reveladas nos tradicionais vinhos da casta Arinto, à semelhança do que
acontece neste filme, em que muitas situações estiveram escondidas da opinião pública.
Em ‘Spotlight’ as revelações dão-se através da procura dos factos escondidos, tal como
nos vinhos com esta casta, cujo aroma tem de ser habilmente revelado, já que à primeira
vista poderá ser considerada pouco aromática. Com um perfil aromático diferente do
tradicional, em ‘Velhos Tempos’ destacam-se as notas de frutos tropicais e florais. (Julião
Batista)
MAD MAX: ESTRADA DE FÚRIA
Luís Martins escolheu o Vinho Branco Regional de Lisboa ‘Montecapucho 2014’ para
acompanhar Mad Max: Estrada de Fúria. Este é um vinho bastante fresco e elegante,
contrastando assim com a luta de um guerreiro das estradas, num filme de muita ação e
até mesmo alguma violência. (Luís Martins)
THE REVENANT: O RENASCIDO
A ‘The Revenant’, João Melicias atribuiu o ‘Fonte das Moças’, um tinto 2013 que, pela
sua complexidade, notoriedade aromática e grande longevidade vai de encontro à
perseverança contextualizada no filme, uma experiência quase visceral sobre o poder do
ser humano e a luta pela sobrevivência. (João Melicias)
PONTE DOS ESPIÕES
Miguel Móteo escolheu o DOC Óbidos ‘Quinta do Sanguinhal’, um tinto que após se
libertar da escuridão e silêncio onde repousa durante largos anos, proporciona momentos
surpreendentes, tal como aqueles que foram vividos pelos espiões do filme em plena
Guerra Fria. De cor granada, aromas de fruta preta e compotas, no palato projeta-nos
para momentos únicos de prazer. Este vinho, tal como o enredo do filme, é também um
segredo bem guardado, mas não necessita de qualquer negociação para se tornar
conhecido. Basta a abertura de uma garrafa. (Miguel Móteo)
A QUEDA DE WALL STREET
Lisete Lucas escolheu o branco ‘Alma Vitis’ DOC Torres Vedras 2014, um vinho
marcante, persistente e com muita personalidade, tal como os quatro homens que viram o
que os grandes bancos, comunicação social e governo recusaram ver: o colapso global da
economia. Com um bom volume de boca e complexidade, este é um vinho envolvente,
ideal para os todas as emoções que o filme proporciona. (Lisete Lucas)
BROOKLYN
Com o mesmo tom dos lábios de Eilis Lacey, Vera Moreira escolheu o ‘Cabernet
Sauvignon & Tinta Roriz’, da Quinta do Gradil, para acompanhar o filme Brooklyn.
Tal como o filme, também este vinho nos fala de amor quando o provamos, quando o
partilhamos com alguém à mesa ou quando o utilizamos para brindar. Um vinho com
duas castas, uma portuguesa e uma estrangeira, e um filme sobre dois países e duas
realidades.
Com uma longa história que remonta ao séc. XVIII, num dos melhores terroir da Região
de Lisboa, os vinhos Quinta do Gradil refletem a experiência do passado aliada à
tecnologia do presente, assim como em Brooklyn também Eilis Lacey deseja libertar-se
das suas raízes para se entregar a um novo amor.
Na boca este é um vinho estruturado, com taninos vigorosos mas bem integrados, com
bom balanceamento e um final longo e persistente. Será certamente o néctar ideal para
acompanhar as decisões que têm que vir do coração. (Vera Moreira)
O QUARTO DE JACK
‘OPACO’ mas repleto de um grande amor foi o meio onde Jack e sua mãe Ma viveram
durante cinco anos, sendo surpreendente e emocionante a coragem com que ambos
conseguiram a sua libertação e contacto com o mundo real.
OPACO, um vinho da Região de Lisboa, revela bem a mesma coragem, dedicação e
amor que lhe dedicaram o seu produtor e sua equipa. A sua libertação e degustação
torna-se surpreendente, com a mesma emoção com que nos brindaram os personagens
Jack e Ma.
À semelhança deste filme, a qualidade de OPACO é arrebatadora. (Luís Fernando
Ezequiel)