A Fundação tem a seu cargo aquela que é a maior parcela contígua da área delimitada à produção de vinhos de Colares. 9 hectares!
A aventura do Vinho de Colares iniciou-se em 1999, dentro do espírito filantrópico e cultural que caracteriza esta fundação. E bem.
A Vinha Grande está situada entre a Praia das Maçãs e as Azenhas do Mar, beneficiando de solo de areia seco e da enorme mancha de pinhal que a rodeia, que de certa forma protege as latadas dos ventos húmidos e salgados do Atlântico. Estão situadas a pouco mais de 1 km da costa.
É mais um contributo na recuperação de um vinho de cujas histórias se perdem no tempo.
O trabalho inicial foi de fundo, tendo a vinha inicial sido arrancada e inicada replantação.
A origem do vinho de Colares remonta a Afonso III que doou o Reguengo de Colares, impondo a plantação de videiras provenientes de França, sendo que desde 1908 é considerada região demarcada; atualmente constitui uma Denominação de Origem dentro da Região de Vinhos de Lisboa.
Mas as actuais características únicas dos vinhos de Colares têm origem nas posteriores antigas vinhas da Azóia e Almoçageme que se estenderam pelo litoral marítimo, e devem-se à combinação de castas, solo e clima temperado e húmido no Verão, mas principalmente ao facto da vinha ser instalada em “chão de areia“. Situadas próximo do mar as vinhas estão sujeitas a ventos marítimos muito fortes, pelo que tradicionalmente são protegidas por paliçadas de canas. As castas são plantadas directamente na areia, sem recurso a porta-enxertos. Os seus solos arenosos conseguiram manter afastada a filoxera, epidemia que assolou a Europa quase todo o território português, por isso as vinhas de Colares da casta Ramisco, não enxertadas, estão entre as mais antigas de Portugal. ( principais castas tradicionais : tinta o Ramisco, com representação mínima de 80%, brancas, a Malvasia, com representação mínima de 80% ).