PATROCÍNIOS
Na segunda parte da rúbrica sobre Vindimas na Região de Lisboa 2016, há a realçar o volte-face da maioria nos produtores, num ano que se previa de grandes quebras, cifrando-se estas num máximo de 10% e com frutos de enorme qualidade.
Na Quinta dos Capuchos, em Alcobaça, vindimava-se Verdelho (do tipo da Madeira) e augura-se mais um ano de brancos de extrema qualidade. Foi ainda ver-se algumas manchas de castas tintas pertencentes à Quinta, e apesar de dificuldades que o clima impôs, o tratamento das vinhas foi irrepreensível e permitiu obter frutos de classe, indispensáveis à elaboração de grandes vinhos.
Pelos lados das Caldas da Rainha, temos os Vinhos Cortém, onde o Sr. Christopher Price se mostrou um guerreiro, com uma equipa de vindimadores perfeitamente sintonizada com o que se pretendia. Pelo avaliar dos mostos, este irá ser por estes lados um grande ano para vinhos tintos, especialmente em termos de concentração e tendo em conta a grande proximidade ao Oceano Atlãntico.
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Terá sido porventura, das zonas onde mais tarde se vindimaram uvas tintas.
Cercal, Vale Zias. Encontro das minhas castas favoritas. A Cabernet Sauvignon. Na minha opinião, o melhor Cabernet da Região de Vinhos de Lisboa. Precedida de vindima da Touriga Nacional, que gozava de enorme saúde e uns invejáveis 14º! Na Cabernet registava-se 13º com apenas 4 toneladas por hectare. O enólogo, Manuel Arsénio, conduziu a régua e esquadro as maturações, atingindo em quase todas as castas o ponto ótimo para serem colhidas. Grau e concentração serão cartões de visita nas colheitas deste ano.
CABERNET SAUVIGNON
TOURIGA NACIONAL
A Sul de Montejunto, as produções foram maiores, com menos perdas, maiores produções, mas aqui e ali com menos concentrações também, no caso de uvas brancas conduziu a maior acidez, no caso de tintos a melhor estrutura tânica.
VINDIMAS NA ADEGAMÃE
Sem surpresa entre Colares e Mafra, registaram-se algumas perdas. No caso de Colares, o fim de verão foi bonançoso, permitindo apesar de algumas perdas, frutos de enorme qualidade para o Colares que conhecemos. Ramisco com acidez e taninos, Malvasia mineral e acídulo. Tudo se conjuga para vinhos de guarda muito prolongada. É o Colares que se conhece e conhecia.
EM COLARES …
De acordo com o Sr. Presidente da Comissão Vitivinícola de Lisboa, Dr. Vasco d’Avillez, homem de muitas andanças e muitas primaveras a ver vinhas desenvolver-se, afirma ao Observador:
“Apesar das condições climatéricas registadas ao longo do presente ano, as previsões de produção são bastante satisfatórias, pelo que se estima a apanha de cem mil toneladas de uva em toda a região de Lisboa. A qualidade das uvas brancas até agora está excelente e com o tempo que tem estado esperamos ainda melhor qualidade. Há alguma quebra na quantidade de uva apanhada mas até agora não ultrapassa os 10% mencionados já em Agosto”.