A tradição vinícola no Algarve está intimamente ligada à presença árabe por estas paragens, uma vez que este povo, não só plantava vinha, como exportava o vinho dela resultante.
Aproveitando o legado muçulmano, os cristãos incrementaram a produção e comercialização deste produto e, a partir de meados do séc. XIX, os vinhos algarvios começaram a ganhar reconhecimento nacional e internacional.
E após a chegada de Sir Cliff Richard há mais de 40 anos, outros se seguiram. Destaque para a Quinta de Malaca, com vinhas entre as zonas de Albufeira e Silves. Vinhos de inegável qualidade e já premiados.
Com uma região vinícola demarcada, de clima mediterrâneo, a região produz vinhos de qualidade com sabor frutado, textura aveludada, baixa acidez e alta graduação.
Mas se estes vinhos são o acompanhamento por excelência para as deliciosas iguarias da região, os licores e aguardentes regionais são, certamente, o seu melhor remate!
Resenha histórica
Albufeira é uma cidade portuguesa pertencente ao Distrito de Faro, região e sub-região do Algarve, com cerca de 40 000 habitantes.
É sede de um município com 140,66 km² de área e 40 828 habitantes (2011), subdividido em 4 freguesias. O município é limitado a oeste e noroeste pelo município de Silves, a nordeste e leste por Loulé e a sul tem uma ampla costa no Oceano Atlântico.
Povoada desde os tempos pré históricos, o local onde se situa hoje Albufeira era um importante centro piscatório e portuário, segundo indícios que remontam ao neolítico e à idade do bronze.
Por aqui passaram diversos povos… Os Romanos que a baptizaram de Baltum e mais tarde os árabes que lhe deram o nome de Al-buhera, ou “castelo do mar” e que deu origem ao actual topónimo da cidade.
Albufeira foi uma das praças algarvias que se manteve mais tempo sob domínio árabe, protegida por muralhas e fortificações quase invioláveis. Já a maior parte do Algarve se encontrava sob o domínio cristão e Albufeira permanecia ainda dominada pelos mouros que aqui desenvolviam uma próspera actividade agrícola e de comércio com o norte de África.
Após 5 séculos de domínio árabe, foi finalmente tomada por D. Afonso III em 1246, que a doou depois à Ordem de Aviz.
Este prolongado domínio muçulmano, reflectiu-se no avanço das técnicas agrícolas, na introdução de novas culturas, na arquitectura do centro antigo e nas influências linguísticas que ainda hoje se fazem sentir.
A 20 de Agosto de 1504, foi concedido o foral à vila de Albufeira pelo Rei D Manuel I.
Em 1755 com o terramoto de 1 de Novembro, uma onda gigante destruiu quase toda a povoação deixando de pé somente 27 casas. Recuperada do terramoto, Albufeira viria a sofrer nova catástrofe, desta vez por mão humana. Em 1833, durante a guerra civil entre absolutistas e liberais, a guerrilha absolutista cercou a povoação, provocando um violento incêndio que resultou na morte de 174 dos seus habitantes.
A partir de meados do séc. XIX, Albufeira viria a relançar-se como importante centro de pesca, registando um grande progresso económico, que se intensificou no início do séc. XX, com o incremento da exportação de peixe e frutos secos e a criação de diversas fábricas que davam emprego a cerca de 800 pessoas.
No entanto, entre a década de 30 e 60 do séc. XX, viveram-se tempos de decadência. Com a falência dos armadores e das fábricas, muitas casas e embarcações foram votadas ao abandono e o número de habitantes reduziu drasticamente.
A partir de meados dos anos 60, Albufeira viria a despertar o interesse, primeiro dos turistas nacionais e, depois dos britânicos, originando um verdadeiro boom do turismo, e dando novo fôlego à economia do concelho.
AS MUDANÇAS DE ALBUFEIRA
Elevada a cidade em 1986 foi também durante essa década que Albufeira mais cresceu a nível urbanístico. A cidade expandiu-se, então, para nascente, zona onde se situam ainda hoje a maior parte dos serviços administrativos.