Do Passado até ao Presente
O Vinho Verde e a sua cultura têm um grande interesse e uma longa história, na medida em que assumia extrema importância como fonte de rendimentos de muitas famílias.
Diz-se que a origem do Vinho Verde remonta à civilização romana, permanecendo, posteriormente, nos hábitos das populações desta região.
Desta forma, a partir do século XII, as alusões à cultura da vinha, estavam, tradicionalmente, associadas a uma importância religiosa e histórica.
Só a partir do século XIII, com a expansão da mercantilização, circulação da moeda e expansão demográfica, é que os Vinhos Verdes se tornaram conhecidos nos mercados europeus, sendo os primeiros vinhos portugueses a entrar nos mercados da Alemanha, Inglaterra e Flandres.
O quadro da viticultura regional vai alterando ao longo dos séculos, tendo sempre em conta a sua qualidade e regulamentação, surgindo pela primeira vez a demarcação da “Região dos Vinhos Verdes”, através da Carta de Lei de 18 de Setembro de 1908 e do Decreto de 1 de Outubro de 1908.
Neste sentido, a Denominação de Origem teve o seu reconhecimento a nível internacional, originando a exclusividade do uso da designação “Vinho Verde”, a um vinho com particulares exclusivas.
Actualmente, a Região dos Vinhos Verdes, mais concretamente a sub-região do Cávado (Município de Amares), está a complementar esforços no sentido de incrementar, estimular e desenvolver o potencial turístico da região, a par da actividade vitivinícola e de produção de vinhos de qualidade.
Tendo em conta que o Turismo assume um papel cada vez mais importante na dinamização económica e social dos territórios rurais, a valorização do enoturismo, visa a criação e promoção do “Turismo Enológico”.
Tudo mediante a valorização dos recursos patrimoniais, culturais e etnográficos, associados à produção do vinho, o que permitirá reforçar a identidade local, desenvolvendo alternativas ao crescimento económico e que fixem a população, através da oferta alternativa de emprego e serviços baseados no desenvolvimento sustentado e aproveitamento dos recursos endógenos.
Enoturismo
Nas encostas do Noroeste de Portugal, produz-se um dos incomparáveis vinhos com características únicas no mundo.
Influenciado pelas peculiaridades das castas regionais, pelas características dos solos, do clima e pela sabedoria do Homem, o Vinho Verde torna-se num néctar muito apreciado, especialmente na época quente, na medida em que usufrui de óptimas propriedades digestivas, leveza e frescura, através de uma mistura de aroma e “agulha” (gás carbónico natural).
A região onde se produz o Vinho Verde é uma das maiores zonas vitícolas de Portugal, onde se destaca a sub-região Cávado, que engloba o Município de Amares.
Nesta sub-região do Cávado, a produção do Vinho Verde apresenta profundas tradições, onde subsistem, pontualmente, peculiaridades curiosas, desde a própria cultura da vinha, com a “vinha de enforcado”, até às vindimas.
A “vinha de enforcado” é antigo sistema de condução de vinha, em que as videiras trepam por árvores, desenvolvendo-se a uma altura considerável do solo, geralmente associado a outras culturas, como ao milho de regadio (Primavera-Verão), e à cultura de forrageiras anuais (Outono-Inverno).
Nesta sub-região, mais concretamente no território que abrange o Município de Amares, a produção de Vinhos Verdes, especialmente muitos vinhos brancos, são produzidos com a casta Loureiro e ostentam um intenso aroma floral, que os tornam num harmonioso acompanhamento para os pratos de peixe, marisco, carnes brancas ou como um aperitivo.
Por sua vez, os Vinhos Verdes Tintos são excepcionais no acompanhamento da afamada gastronomia regional, com os pratos de carne, que tradicionalmente se confeccionam com toda a delicadeza e minúcia.
Aspectos Geográficos
O concelho de Amares, do distrito de Braga, localiza-se na Região Norte e no Cávado (NUT II e III), na margem direita do rio Cávado, a nordeste de Braga.
Fica limitado a norte pelo rio Homem e a sul pelo Cávado, cujo vale define a sua paisagem.
Tem como limites os seguintes concelhos: Vila Verde a oeste e noroeste, Terras do Bouro a norte, Vieira do Minho e Póvoa de Lanhoso a este e Braga a sul.
Apresenta um relevo irregular onde predominam os solos graníticos, intensamente irrigados.
A variação de altitude de Amares vai desde os 30 metros nos vales dos rios Cávado e Homem a 90 metros no Alto de Sta. Isabel.
O clima de Amares, como o de Portugal Continental, é mediterrânico, apresentando uma temperatura média anual de 14 ºC e uma precipitação total anual de 1 707,7 milímetros o que faz com que a pluviosidade deste concelho seja uma das mais elevadas do Minho.
Numa área de aproximadamente 82 km2 distribuem-se 24 freguesias: Amares, Barreiros, Besteiros, Bico, Bouro Santa Maria, Bouro Santa Marta, Caires, Caldelas, Carrazedo, Dornelas, Ferreiros, Fiscal, Figueiredo, Goães, Lago, Paranhos, Paredes Secas, Portela, Proselo, Rendufe, Sequeiros, Seramil, Torre e Vilela.
Em 2005, o concelho apresentava 19 045 habitantes.
O natural ou habitante de Amares denomina-se amarense.
História e Monumentos
A povoação de Amares desenvolveu-se devido à sua situação geográfica, após a invasão dos Mouros no século VIII.
O seu nome primitivo parece ter sido Marecos, designação de uma quinta pertencente a Gualdim Pais, primeiro Mestre da Ordem dos Templários. Foi D. Manuel I que em 1514 concedeu foral a Amares. Contudo, o actual concelho só foi obtido em 1853.
Na vila destacam-se a Igreja Matriz e o pelourinho. Do património do concelho fazem também parte os castros de Amares e de Lago;
a ponte de Rodas; a ponte do Porto; as casas-torre; a Igreja de Caíres; a Igreja de Figueiredo e a Capela de Santa Luzia. No entanto, as principais referências monumentais de Amares são o Mosteiro de Santo André de Rendufe, beneditino; o Mosteiro de Bouro Santa Maria e o Santuário de Abadia.
Sá de Miranda
Tradições, Lendas e Curiosidades
Em Julho têm lugar as Festas do Corpo de Deus e da Nossa Senhora da Paz.
A Feira Franca de Amares faz-se no segundo domingo de Maio. Aos sábados é realizada uma feira semanal.
O feriado municipal é no dia 13 de Junho.
O artesanato do concelho prende-se principalmente com a tecelagem, os bordados, a fiação de linho, a cestaria, a latoaria, a tanoaria, a talha, as miniaturas em madeira, a cerâmica, a pirotecnia e a construção de alfaias agrícolas.
Património
Clique em qualquer monumento apresentado para conhecer mais.
1 Comentário
Edward Caires
1 ano atrásGostei muito