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adega8A Adega Cooperativa de Almeirim foi fundada em 1958, na cidade de Almeirim, região do Ribatejo. Cinquenta anos depois, é um dos maiores produtores de Portugal.

Com cerca de 2.000 hectares de vinha, a capacidade de produção ronda os 23 milhões de litros por ano. A qualidade dos vinhos foi sempre a principal motivação. adega11Todos os investimentos realizados em tecnologia para produzir, armazenar e engarrafar os vinhos têm o objectivo de manter os mais elevados padrões de qualidade. Os vários prémios conquistados pelos nossos vinhos fazem pensar que se está no caminho certo.

planicieAs vinhas dos associados da Adega estão implantadas, na sua grande maioria, nas zonas do Campo, em solos que são muitas vezes alagados pelo Rio Tejo nos invernos mais rigorosos, e na zona da Charneca, constituída por solos de origem calcária e argilosa.

Castas Brancas predominantes

Fernão Pires, Tália, Trincadeira das Pratas, Moscatel.

Castas Tintas predominantes

Castelão (Periquita), Aragonês (Tinta Roriz), Trincadeira Preta, Syrah, Cabemet Sauvignon.

Breves Considerações

adega12A Adega de Almeirim constitui-se hoje como a maior unidade do país, com uma produção média de 25 milhões de quilos de uvas. Na última década, realizou alguns importantes projectos de modernização da sua estrutura produtiva, que a tornam hoje uma das mais bem equipadas adegas do país.

lojaA capacidade de produção de vinhos de gama média e média alta tem sustentabilidade nos mais modernos processos de produção e na sua capacidade de estágio em barricas de carvalho francês e americano, que, em cerca de 2 centenas, são renovadas regularmente de forma a manter um elevado padrão qualitativo.

cinquentenario-tinto_2Todos os vinhos são fermentados com temperaturas controladas por uma moderna rede de frio com cerca de 3 milhões de frigorias, capaz de assegurar as melhores temperaturas de fermentação para cada casta e tipo de vinho e também a estabilidade tartárica de alguns vinhos antes do seu engarrafamento.

A Adega conta com um laboratório plenamente equipado, dirigido pelos enólogos Eng.º Romeu Gonçalves e Eng.º António Ventura.

O Ribatejo

cinquentenario-brancoA região do Ribatejo, situada a 30 minutos de Lisboa, é caracterizada pelas suas terras planas, pela diversidade de solos e pelo clima, muito influenciados pelo Rio Tejo.

As vinhas dos associados da Adega estão implantadas, na sua grande maioria, nas zonas do Campo, em solos que são muitas vezes alagados pelo Rio Tejo nos invernos mais rigorosos, e na zona da Charneca, constituída por solos de origem calcária e argilosa.

A paisagem vitivinícola ribatejana é caracterizada por vastas áreas de vinha intensamente mecanizada. A produção de vinhos no Ribatejo é anterior à fundação de Portugal.

Até há alguns anos, grande parte das vinhas ribatejanas estava plantada nos aluviões do rio Tejo, terras de grande fertilidade. Aqui as vinhas atingiam grandes produções e a qualidade raramente era o principal objectivo. Hoje em dia o panorama do Ribatejo é totalmente diferente devido à reestruturação das vinhas, transferindo-as para outros tipos de solo onde a qualidade se tornou o objectivo a atingir.

marachas-tintoAs castas tradicionais do Ribatejo são a Periquita (ou Castelão francês), Trincadeira Preta e Castelão Nacional (Camarate). Outras castas de alguma importância são a Baga, Tinta Miúda e Cabernet Sauvignon. Nas castas brancas, a predominante é a Fernão Pires, acompanhada pela Tricadeira das Pratas, Arinto, Rabo de Ovelha.

O Ribatejo, embora seja uma das regiões que mais contribui para a produção nacional, só em 1998 foi reconhecido como Denominação de Origem Controlada.

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PTEJOPLANICIEGFASLEZIRIAOBELISCO

tn_BRASAOCORESHistória

Almeirim é uma região que encontra as suas origens nos remotos grupos humanos que aqui se vieram fixar após as alterações das últimas glaciações.

Encontram-se materiais do Paleolítico Médio, lascas Levados, passando-se de seguida para o Mesolítico. O Neolítico, o Calcolítico e o Período do Bronze também se encontram representados.

tn_ANTIGOBRASAOO Período do Ferro marcou bastante esta região como provam as estações Arqueológicas Locais.

As Legiões Romanas de Décimo Junius Brutus estiveram neste local, subindo o Tejo e desembarcando perto de Santarém onde deixaram importantes marcas.

A ocupação das terras aráveis terá começado por volta do Séc. I a.C. Há por todo o concelho vestígios da presença, representado por ESTAÇÕES Arqueológicas.

pacodosnegros_paçoDesenvolveram aqui a agricultura e a criação de gado: trigo e oliveira. Almeirim nasceu à beira do Tejo.

Mas vamos localizar Almeirim um pouco mais adiante na História, em pleno século XVI, onde os acontecimentos são mais abundantes e o registo dos cronistas nos aparece com mais precisão.

Com as suas magníficas coutadas de caça, que se estendiam por uma grande extensão, a vizinhança de Santarém, as proximidades do Tejo e ainda de Lisboa, com fácil acesso, por tn_Igreja_Almeirim2via fluvial, Almeirim tornou-se, desde logo, no lugar preferido dos reis da II dinastia e a estância de Inverno frequentada por numerosos membros da Corte, de tal maneira que foi considerada a “Sintra de Inverno”, no século XVI, como se menciona e se dizia que “em Almeirim se estava em pilha como sardinha”.

tn_DjoaoIAlmeirim era pois, o ponto ideal para repouso, tal como disse Júlio Castilho na sua “obra “Lisboa Antiga”: “À fresca Almeirim afluía todo o que tinha moradia e assentamento e todo o que desejava ter: o cavaleiro ocioso recém-chegado da Índia, o taful que buscava mulher nos estrados do Paço, todos os estalajadeiros, “mariposas do palácio”, namorados dos encantos de Portugal”.

Em Almeirim as intrigas palacianas, os amores forjados à sombra dos frondosos jardins do Paço Real, eram misturados com a resolução dos mais altos negócios do Reino, tanto se dizia que “punha Cupido a sua aula e tinha El-Rei o seu despacho”.

tn_DManuel1D. João I, entre 1411 e 1423, fez construir o Paço acastelado e as primeiras habitações que vieram contribuir para a criação da vila, depois do rei ter mandado proceder a trabalhos de terraplanagem, colmatagens e drenagens em terrenos paludados na zona da construção.

Este Paço Real foi aumentado e melhorado com novas instalações por D. Manuel I que esteve em Almeirim por diversas vezes: todo o ano de 1510, parte de 1513, o Natal de 1514 e todo o período que decorreu entre Outubro de 1515 e Maio de 1516, tendo D. João III seguido o seu exemplo, manifestando a sua predilecção por Almeirim, aliás demonstrado este interesse por toda a dinastia de Avis.

tn_DSebastiaoD. Manuel I mandou construir uma residência real perto da Ribeira de Muge, Muja ou Mugem, passando a chamar-se, inicialmente Paço da Ribeira de Muge e depois a ser conhecido por Paço dos Negros e ainda, um Convento em honra de Nossa Senhora da Serra.

Foi o Paço Real em Almeirim palco de uma das mais problemáticas Cortes da nossa história.

Em 1578, D. Sebastião que visitava Almeirim com frequência, foi levado pelo gosto da aventura e com o ímpeto dos seus verdes anos a oferecer os seus préstimos para a reconquista de Arzila, que os portugueses tinham abandonado em 1550.

tn_MarqAlornaNão resistindo à superioridade das forças marroquinas, o exército chefiado pelo jovem rei foi derrotado, deixando D. Sebastião a sua vida em Alcácer-Quibir provocando uma situação difícil para o reino.

Sem sucessor são abertas as Cortes de Almeirim pelo Cardeal D. Henrique em 11 de Janeiro de 1580 para decidir o problema da sucessão.

Nestas Cortes Febo Moniz, como procurador do Povo de Lisboa, dirige-se com voz enérgica ao decrépito Cardeal: “Entregue Vossa Alteza o Reino a um príncipe português e todos lhe beijarão a mão”.

Sem anda ser resolvido, as Cortes são dissolvidas e o Reino passa a ser governado por Filipe II de Castela, dando-se início à Dinastia Filipina que iria durar Até 1 de Dezembro de 1640.

Durante o tempo em que Almeirim foi procurada como estância de veraneio, muitas pessoas passearam-se pelas ruas do burgo e povoaram o Paço Real: Gil Vicente, o pai do teatro português, representou, nos Paços da Vila, às Cortes de D. João III, algumas das suas farsas, comédias e autos, como por exemplo, o “Auto da Fé” em 1510; a “Barca da Glória” em 1519; a tragicomédia “Dom Dardos” no casamento da Infanta D. Isabel com Carlos V, em 1525 e em 1526 apresenta a farsa “O Juiz da Beira”, a tragicomédia “Templo de Apolo”, o “Breve Sumário da História de Deus” e o “Diálogo sobre a Ressurreição”.

Foi ainda no Paço Real que Garcia de Resende começou a imprimir o seu Cancioneiro Geral.

“Sintra de Inverno”, tal com era conhecida pela Corte, Almeirim foi cenário de festas pomposas e casamentos entre Príncipes, Donzelas e Infantes, mas de todo esse passado que animou o Paço Real, nada existe hoje que nos fale do fausto dessa época.

O Pórtico do Palácio que começava a ameaçar ruína foi mandado demolir por D. João, Regente em nome de D. Maria I em 1792, facto que só se verificou no século XIX, em 1890.

Actualmente, com algum significado histórico, existe a Igreja Paroquial de S. João Baptista, templo que passou por diversas fases de remodelação.

Possui uma só nave, dispõe de uma pia de água benta quinhentista e da imagem do padroeiro da freguesia em madeira do século XVII, pintada e estofada à moda da época, além de outras imagens que se encontram em diversos altares e nichos.

Começou por uma capela mandada construir por D. Manuel I em 1500, a Mestre Henrique, médico da Corte e da Infanta D. Isabel.

No tecto pode-se ver uma composição de Mestre Carlos Reis, representando o drago da freguesia.

De registar também, como elementos de interesse para a história de Almeirim é a existência de um edifício que foi adaptado a escolas primárias no início do século XX, agora desactivadas, e que foi um hospital e Capela mandada construir por D. João III em 1527 em honra de Nª Senhora da Conceição, sede da Ordem Terceira de S. Francisco e da Capela do Divino Espírito Santo.

É possível encontrar na parte antiga da povoação entre S. Roque e as Ribeiras alguns Passos do Calvário e edifícios revestidos a azulejos.

Com importância encontram-se os Palácios da Quinta da Alorna que foi residência de D. Leonor de Almeida Portugal Lorena e Lencastre, a escritora Alcipe, 4ª Marquesa da Alorna.

Palácio do Casal Branco, famoso por ter sido palco de divertimentos tauromáquicos do Rei D. Miguel e a Quinta de Santa Marta, na freguesia de Benfica do Ribatejo que foi residência do Conde de Atalaia.

Mas outros factos históricos se prendem a Almeirim:

Por aqui passava a notável via militar romana que, partindo de Lisboa para Mérida, capital da Lusitânia. Esta seta ficaria integrada no Brasão da Vila de Almeirim, assinalando este facto.

A partir de então passou a realizar-se a procissão em honra do Mártir S. Sebastião e que, durante muitos anos, deu grande brilho a Almeirim.

Entre outras pessoas notáveis, nasceram em Almeirim:

– D. Afonso, Infante de Portugal, filho de D. João II
– Frei António das Chagas, autor do Teatro Jurídico
– D. Gonçalo da Silveira, jesuíta martirizado em 1561
– D. Fernando, filho de D. Duarte
– D. Duarte, filho do Infante D. Duarte e D. Isabel, filhos de D. ManuelI
– Supõe-se que o Cardeal D. Henrique teria nascido em Almeirim

GASTRONOMIA

O prato mais típico e conhecido de Almeirim é a famosa Sopa da Pedra. Quem não disfrutou já dum belíssimo passeio por estas paragens e parou para uma sopinha de arregalar os sentidos?

Fontes: AC Almeirim e Câmara Municipal de Almeirim