O Ponto de partida !
Na verdade, as guarnições de Naus e Caravelas que conduziram aos Descobrimentos Portugueses, eram provenientes das tripulações que compunham a frota pesqueira que ia até à Terra Nova em busca de captura de bacalhau e com treino que baste na travessia do Atlântico Norte!
D. Dinis
A partir do reinado de D. Dinis até à perda da independência, o governo do reino, continuou infatigavelmente a dispensar total apoio às pescas longínquas, por ver nelas um alfôbre de pilotos das Descobertas, uma verdadeira escola náutica ao serviço do projecto eminentemente nacional da abertura do mundo.
D. Sebastião
Nesse intuito, D. Sebastião, não obstante o seu curto trânsito sobre a terra, vai mais longe: confere às frotas ocupadas nas operações da pesca longinqua um regimento no sentido de lhes dar uma orgânica própria, enquadrando-as e subordinando-as a um comando único.
O declínio sob os Filipinos
Não tardou, porém, que soçobrem as estruturas laboriosamente erguidas ao longo desses reinados em consequência da guerra desencadeada pela Espanha dos Filipes contra a Inglaterra e, acessoriamente, contra os Países Baixos.
Outrossim, no que diz respeito a Aveiro, as vicissitudes da barra, a partir do momento em que inexoravelmente segue para sul da Senhora das Areias, hoje S. Jacinto, refletem-se, negativamente, na constituição da nossa frota pesqueira, a qual antes de 1585, contava com mais de 60% das caravelas que demandavam os Bancos.
Mas desgraça maior foi, de facto, a destruição da Invencivel Armada, no mar da Mancha, em 29 de Junho de 1588, com a ajuda de temerosa tempestade, pelo flibusteiro – nobilitado e feito almirante por Isabel I de Inglaterra – Francis Drake.
Como é sabido a armada filipina, que saiu a barra de Lisboa a 17 de Janeiro do mesmo ano, era composta por uma chusma de embarcações portuguesas e espanholas de todos os tipos e feitios, não só de guerra, mas também mercantes e de pesca, em suma, de todas as naus de onde se pudesse abrir fogo sobre o inimigo, inclusivé de galeões e caravelas.
Sem barcos e sem homens, deixam os Bancos até cerca de 1835, ou seja uma ausência superior a duas centúrias, ao longo das quais as tradicionais virtualidades da nossa gente do mar tinham em parte desaparecido.
A deslocação austral da barra condicionava o marasmo; instala-se o calvário da ria: a produção de sal esvai-se e a frota pesqueira definha ainda mais.
O cordão lagunar, que em 1584 pairava onde hoje se perfila a Costa Nova, sessenta anos depois atingia a Vagueira para, volvidos mais quarenta, alcançar a Quinta do Inglês e, em 1756, Portomar, já nos plainos dunares de Mira.
Compreende que, paralelamente ao avanço das barras, decai a força viva das marés e, daí, o arrasto dos depósitos aluvionares acumulados nos canais efluentes da laguna, dificultando ou impedindo mesmo, a entrada da água salgada, alfa e omega da produção de sal.
As barras vão gradualmente deixando de ser de boa entrada, o comércio e a pesca fenecem e só ressurgem, ainda que mal, nos alvores do sec. XIX, mais concretamente a partir de 3 de Março de 1808, com a abertura pelo homem da actual Barra.
Receita
Bacalhau com marmelos
Clique na imagem acima para aceder à receita
2 Comentários
JOAO LEAL
7 anos atrásA receita tem erro. Começa bem mas acaba em pizza.
Jorge Cipriano
7 anos atrásSituação corrigida. Gratos pela atenção.