Arroz Doce uma sobremesa nacional
De Norte a Sul, ilhas incluídas, é o Arroz Doce uma sobremesa nacional, na medida que não existe mesa sem ele todos os anos.
Especialmente a quadra que se avizinha.
Casamentos, aniersários, batizados, até simples em cafés, o arroz doce é quase sempre rei.
Mas esta tradição não é exclusivamente portuguesa.
Temos no Arroz Doce uma sobremesa nacional.
No Mundo
Contudo, em todos os países da Ásia ( de onde é originário o arroz ), da Europa e da África, para onde foi levado por antigos viajantes e comerciantes.
Das Américas, para onde foi levado pelos colonos europeus, existe uma tradição de arroz-doce.
Cada qual com sua variação e nuance.
O arroz pode ser cozido diretamente no leite, ou em água e açúcar, juntando, mais tarde, leite condensado ou natas.
Os temperos são os mais variados; na Dinamarca utiliza-se amêndoa moída, ou até frutas e chocolate.
Em Portugal utilizamos sempre a canela, e temos a variante de arroz doce confecionado em papas de carolo.
Resenha histórica
É o Arroz Doce uma sobremesa nacional, mas historicamente desde o Séc. VI a.C. que existem registod de arroz cozido em leite com açúcar.
A chegada da cana-de-açúcar da Índia ao Médio Oriente, onde se plantavam já arrozais, marca a origem desta especialidade.
Até aos dias atuais continua a ser preparado Arroz Doce !!!
E muito antes ainda, especialmente destes alimentos coexistirem, à falta de leite animal se utilizaria leite de côco!
Expansão da receita
A fama do Arroz Doce rapidamente se espalhou por toda a Europa.
A cor dourada que o melaço lhe conferia, passou a branco característico.
Isto já no Séc. XIII em que se utilizava já açúcar refinado.
O nome, “Arroz Doce”, foi assim batizado no Séc. XVIII, e aparece em todos os livros de receitas pela Europa fora.
É essencialmente uma iguaria de celebração.
Sendo um país religioso, Portugal fez do Arroz Doce uma sobremesa nacional.
Honrando assim os dias festivos.
Receita
Arroz Doce do Chefe Hélio Loureiro
Ingredientes
- 1/2 l de água
- 150g de margarina
- 2 paus de canela
- Casca de 1 limão
- 12 colheres de sopa de açúcar amarelo
- 1 chávena de chá de arroz (doce)
- 6 gemas de ovos frecos
- Canela em pó ou creme de ovos moles
- Sal q.b
- 8 gotas de aroma de menta
- 1 l de leite quente
Preparação
Leve ao lume um tacho com a água, o sal, a casca de limão, a margarina e o pau de canela.
Logo que a margarina estiver derretida, deite o arroz e deixe ferver até absorver toda a água.
Em seguida deite o leite, que deve continuar a ferver até o arroz ficar bem cozido, mas inteiro.
Junta-se o açúcar, misturando bem e deixa-se ferver mais 5 minutos.
Retire a casca de limão e os paus de canela.
Bata as gemas numa tigela, misturando colheradas de arroz e mexendo tudo muito bem.
Misture o aroma de menta.
Deite a mistura num tacho e leve novamente ao lume, mantendo-o brando para os ovos engrossarem.
Não deixe levantar fervura para não talhar, tendo o cuidado de mexer sempre.
Deite numa travessa e depois de estar frio coloque por cima creme de ovos ou polvilhe com canela a gosto.
DICA:
Antes de usar uma colher de pau nova, ferva-a durante 30 minutos apenas em água.
Fará desaparecer todas as impurezas e o sabor a madeira.
Ficheiro para download
Arroz Doce – Chefe Hélio Loureiro
9 Vinhos recomendados
Harmonização com Vinho (Wine Pairing)
Para harmonizar uma receita cheia de glúten, um pouco de acidez do limão e ainda o colestrol dos ovos, temos que ter vinhos evoluídos.
Preferencialmente licorosos, abafados ou fortificados, com alguma idade e doçura quanto baste, para harmonizar precisamente com a ligeira acidez do limão.
Esperamos que o seu Arroz Doce uma sobremesa nacional, seja o seu deleite e o vinho bem conjugado.
Bom apetite e bom vinho.
Ver ainda
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Única e singular Maçã Bravo de Esmolfe DOP
7 Comentários
José Pedro
6 anos atrás5 estrelas
SÉRGIO
6 anos atrásJorge, adorei o post. Está de parabéns. Aqui no nordeste do Brasil, o arroz doce, de herança genuinamente portuguesa, é servido com canela em pó a gosto. O vinho passa ao longe. No máximo um licor de jenipapo para acompanhar. Mas, normalmente é servido com café coado.
PS.: Gostei da sua resposta anterior. Sempre mantendo a educação e cortesia lusitana.
Jorge Cipriano
6 anos atrásBoa tarde. folgamos saber que chegamos tão longe nos nossos apontamentos e que os mesmos trazem nostalgia e boa informação. Cumprimentoe.
CarlosB
6 anos atrásO Provincianismo está no titular ao chamar Nacional ao que simplesmente também se faz em Portugal
Nacionais poderão ser o Molotov ou a tão simples Serradura mas nunca se poderá chamar doces nacionais a doces que têm os seus equivalentes noutros países como o arroz doce que como diz é um prato quase universal ou como outros que assim o consideram o Leite Creme, esquecendo-se do Creme Brullé, a Trinity Cream ou a Crema Catalã … ou o Bolo Rei com tantas variedades e em tantos Paises …para isso também vai poder titular numa próxima entrada do seu Blog o Flan ou a Mousse de chocolate como doces nacionais .
Se se preocupasse pela historia da gastronomia em vez de querer manter o velho complexo nacional de “o melhor do mundo” ….que não nos deixa crescer… fosse à história gastronómica mundial e sobretudo mediterrânea veria que o Pudim de Abade Priscos tem origem Romana (é mencionado num banquete de Tibério) foi trazida à península pelos árabes, deixou em Andaluzia o “Tocinillo del Cielo”, (do qual os Espanhóis também reclamam a sua invenção à volta do ano 1324) e daí foi trazido para Portugal …talvez pelo Abade Priscos?!?
Uma nota curiosa: o nosso Toucinho do Céu do que por certo até agora só encontrei referencias Portuguesas creio (mas ainda não posso afirmar) que não é um doce conventual mas sim uma criação dos Cristãos Novos para introduzir o porco nos pudins de ovos e amêndoa já existentes (esses sim conventuais) como fizeram com o diversos cozidos Ibéricos que saem da necessidades de incluir porco na sua Adafina para demonstrar a sua conversão ao cristianismo e que com a chegada do feijão de América em alguns sítios substituiu o original grão
Jorge Cipriano
6 anos atrásconvém ler todo o texto escrito, e ninguém aqui afirma que o Arroz Doce é criação portuguesa. Se vem desde antes de o Séc. VI a.C. Leia o texto na íntegra e verá que ninguém o afirma. Contudo, não existe até região portuguesa que tenha a sua versão de arroz doce. é verdade, mas aqui ninguém falou em invenção. Nem sei o que o Pudim Abade de Priscos ou o Toucinho do Céu têm relacionados com este apontamentp. Cumprimentos.
CarlosB
6 anos atrásChamar Nacional ao arroz doce, ao Leite creme ou a algo que em aparecia parece tão Português como o Pudim à Abade Priscos (mas que existem em variadíssimos países por todo o mundo) é uma demonstração de provincianismo mascarada de Patriotismo barato
Jorge Cipriano
6 anos atrásNão sei porque chama provincianismo.
Aliás, como refiro existe desde o Sec VI aC e nem sequer tevfe origem portuguesa, mas foi adotado por Portugal, sem entrar em provicianismo.
Tem boa parte da história.
Aquelas senhoras com jeito para rendas e bordados, até os produziam para colocar arroz doce de cima !!
Está claro que visitou meio Portugal para essa afirmação.
Quanto ao Pudim Abade de Priscos, conheço o Confrade-Mor, Dr. Agostinho Peixoto.
Todavia, agradecemos o seu comentário, do qual discordamos, especialmente a adjetivação .
Tenha o resto de bom fim-de-semana.