Ano novo lunar e o Brinde Asiático

No outro lado do mundo celebra-se a 10 de Fevereiro (2024) o novo ano lunar, este ano o ano novo chinês assenta no tema do ano do Dragão e porque não relembrar viagem que alguns dos nossos elementos fizeram em 2017 à China, Macau e Hong Kong, onde tiveram oportunidade de participar em provas de vinho e encontraram Vinhos Portugueses, como um tinto produzido por produtor alentejano Joaquim Arnaud.

Membros do Clube de Vinhos Portugueses em visita a território asiático em 2017

 

Residentes no território de Macau, ou chineses, e outros asiáticos reconhecem qualidade e características ímpares dos vinhos Chineses e cada vez são potenciais clientes, aliás ao ponto de já termos empresário chinês que investiu na produção de Vinho em Portugal.

Os vinhos portugueses conquistaram o paladar dos asiáticos com a sua riqueza e diversidade. Do Madeira adocicado, apreciado por sua longevidade, ao Vinho do Porto, símbolo de tradição, os asiáticos buscam qualidade e história em cada garrafa. E, como o comércio bilateral entre Portugal e a China cresce, esses vinhos são mais do que bebidas, são uma utilização “obrigatória” na celebração da cultura e do legado.

Desde que os portugueses expandiram o império para Oriente, no século XVI, que a China importa produtos feitos em Portugal. Na altura, lã, chumbo ou prata eram moeda de troca para o chá, a seda ou as porcelanas que se destacavam depois como luxos na Europa.

A relação entre Lisboa e Pequim abrandou, mas manteve-se com altos e baixos. Ancorada em Macau, essa conexão histórica agora carece de ser renovada com vigor.

Cinco séculos mais tarde, o comércio bilateral volta a crescer, mas Portugal já não é o grande parceiro europeu. Agora, é a China o grande mercado e com interesses na “galáxia” lusófona, sobretudo Brasil e emergentes PALOP. Ávidos de diversificação na exportação, os produtos portugueses procuram afirmar-se de novo no maior mercado asiático, em que alguns apostam na qualidade da oferta, como é o caso do vinho, a principal oferta da “Madeira Home” (“Casa da Madeira”), em Pequim.

Consumo de Vinhos na China

A procura do vinho português no “jardim do Atlântico” parte de Zhang Ruoxi, uma admiradora da longevidade do Madeira. “O vinho da Madeira é conhecido por ser uma bebida imortal. Há muitos vinhos antigos que foram conservados e este é um vinho que pode ser conservado. Muitas das vinícolas armazenam garrafas de vinho por períodos até 100 anos e só então as comercializam, após décadas. Pela nossa família, estávamos em busca de algo perdurável e que pudesse ser herdado pela próxima geração”, explicou Zhang Ruoxi, à Agência Lusa.

Por entre retratos de navegadores portugueses e painéis de azulejos, a “Casa da Madeira” exibe em Pequim milhares de garrafas de vinho. Algumas com mais de um século a envelhecer. Em Xangai, o principal centro financeiro da China, o brilho português é outro: a cortiça.

“Nós usávamos a cortiça apenas como material complementar no calçado. Não era o material principal, mas mais um auxiliar. Então, pensámos, um material tão bom, por que não pode ser utilizado como protagonista?”, questionou-se Li Shuhua, que no ano passado inaugurou uma loja dedicada em exclusivo em produtos de cortiça portuguesa.

Após duas décadas a promover produtos com acabamentos em cortiça, Li Shuhua virou-se para a produção 100% extraída dos sobreiros em Portugal, uma matéria-prima agora na moda, inclusive na indústria espacial e vista como um paradigma da economia circular. “Se não nos importamos com o meio ambiente hoje, estamos a degradar o ambiente para os nossos filhos. Tudo é um ciclo”, sublinha Huang Xiaomian, o designer da marca promovida por Li Shuhua, a Kaoge, uma conversão fonética para chinês da palavra inglesa cork (“cortiça”, em português), que fabrica e comercializa sapatos, carteiras, bolsas, malas ou chapéus a partir da “pele” que se regenera nos sobreiros.

Brindemos ao Novo ano lunar, ano do dragão e Feliz Ano Novo Chinês, nada melhor que mais um motivo para brindar, como se fosse preciso motivação quando temos ao nosso alcance Vinhos portugueses.

Ano novo lunar e o Brinde Asiático