A Quinta da Ramalhosa, na sub-região de Besteiros, no Dão, acaba de expandir a sua oferta ao mercado, sendo que agora as 8 referências deste produtor se dividem em duas gamas distintas, a Ramalhosa e a Quinta da Ramalhosa.
A Quinta da Ramalhosa acaba de lançar novas referências, alargando a sua gama de forma significativa. Assim, e para efeitos de clareza no mercado, foi decidido dividir a oferta deste produtor em duas gamas distintas, a Ramalhosa e a Quinta da Ramalhosa.
A Ramalhosa está focada num estilo mais jovem, fácil e com maior capacidade de produção, logo mais escalável. Nasce com o objetivo de ajudar na expansão da marca, olhando essencialmente para dois grandes mercados em crescimento, o dos jovens que estão a iniciar a sua relação com o mundo do vinho, e o dos vinhos com menos álcool e menos extração, uma tendência mundial também muito alinhada com as preocupações ambientais.
Estes vinhos assentam muito em intervenções manuais na vinha, evitando significativamente a utilização de produtos fitossanitários, sendo que se tenta que as intervenções sejam maioritariamente em ações de prevenção e não de tratamento. Esta gama integra as seguintes referências: Ramalhosa Field Blend Tinto, Ramalhosa Field Blend Branco, Ramalhosa Encruzado e Ramalhosa Touriga Nacional.
Na gama Quinta da Ramalhosa queremos manter tudo o que de clássico a região do Dão oferece, como a elegância e frescura, evidenciando o equilíbrio natural da região. Temos aqui os nossos topos de gama, e nesta gama o vinho espera em garrafa o tempo necessário até ir para o mercado. Utilizamos vinhas velhas com mais de 50 anos, e algumas vinhas novas, com castas estrategicamente plantadas, que acreditamos podem ser o futuro da região. A ideia passa por fazer grandes vinhos, como são já o Quinta da Ramalhosa Palhete, Quinta da Ramalhosa Touriga/Alfrocheiro e os Quinta da Ramalhosa Vinhas Velhas Branco e Tinto.
A conjugação disto tudo é a Quinta da Ramalhosa Wines, um projeto familiar de grande ligação à terra, com apanha manual e de mínima intervenção. Por altura da vindima, juntam-se sempre amigos e vizinhos, que participam nas várias fases do processo, numa entreajuda natural, que ali se pratica em modo de convívio.
Para Micael Batista, produtor, “as vinhas velhas do Dão, tipicamente, caracterizavam-se, nos anos 70, por uma mistura de castas brancas e tintas, em que a uva branca conferia alguma acidez e contribuía para a tonalidade final dos tintos que ali se produziam. Hoje as uvas brancas são colhidas antes das tintas, mas permanece a vontade de recriar o vinho que o meu avô fazia no lagar de pedra por baixo de casa, onde ainda hoje vive a minha avó, aliás. Nesse sentido, queria fazer uma homenagem à sua memória, indo além dos field blends, que fazem parte do ADN da marca, e que sempre caracterizaram a filosofia deste projeto. Por tradição da região, e por convicção, sou apologista de blends, por considerar que a mistura traz ao vinho um valor agregado e confere características peculiares que as monocastas não têm, e acreditamos que está na altura de ir por aí”.
Origem
Paulo Batista, pai de Micael Batista e produtor agrícola já de longa data, herdou do seu pai, Adriano, a Quinta da Ramalhosa, em Tondela, na sub-região de Besteiros, no Dão, onde em tempos foram plantadas vinhas para, como era tradição na região, fazer vinho em garrafão para consumir e partilhar com os amigos. Eram assim os vinhos do Dão naquele tempo.
Em 2012, o seu filho, Micael Batista, com apenas 14 anos, decidiu seguir a área de trabalho família, a agricultura que pais e avós desenvolveram desde sempre, e foi para Montemor-o-Velho tirar um curso de Técnico de Produção Agrária. Foi lá que aprendeu mais sobre a terra e os seus frutos, e desenvolveu o seu trabalho final sobre cerveja artesanal, que lhe valeu dois prémios no concurso da escola – um primeiro lugar a nível regional e um segundo no distrito de Coimbra -, o que não só despertou nele o lado empreendedor, como o fez decidir assumir e investir no projeto de vinho da Quinta da Ramalhosa, com uma visão muito focada em produzir vinhos de grande qualidade, com um posicionamento muito bem definido. E em 2015, aos 17 anos, Micael faz o seu primeiro vinho, que chegaria ao mercado como Quinta da Ramalhosa Field Blend tinto 2015.
Em 2017, Micael conhece a enóloga Patrícia Santos, com quem começou a trabalhar no início desse ano, na estruturação da empresa e da produção, tomando as rédeas de um projeto familiar que estava então a renascer das cinzas. A Ramalhosa é um projeto que considera aliciante e que abraça desde logo com o jovem Micael, e que sente também como seu, por traduzir o que Patrícia e o produtor entendem como sendo o Dão que os define.