A convite da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo e da organização do ÉvoraWine lá fomos nós até Évora. Começamos por fazer uma experiência gastronómica de boas-vindas na Enoteca da Fundação Eugénio de Almeida onde fomos recebidos por José Santos, Presidente da Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo e por Reto Jörg organizador deste ano do ÉvoraWine. Durante o almoço bebemos alguns vinhos da fundação Eugénio de Almeida, vinhos estes que interligaram muito bem com pratos típicos do Alentejo que gentilmente nos serviram. Após o almoço fizemos uma visita à lindíssima Biblioteca Pública de Évora onde tivemos a oportunidade de ver alguns documentos raríssimos do seu espólio nomeadamente os documentos Japoneses encontrados nos Biombos de Évora, documentos estes com mais de 500 anos.
De seguida fomos visitar o Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo onde se encontra a exposição de Álvaro Pires, aquele que é considerado o primeiro pintor português, onde podemos vislumbrar a “Virgem e o Menino entre São Bartolomeu e Santo Antão”, uma obra de importância excecional no âmbito da história da arte nacional, do século XV.
Quase a finalizar este roteiro ainda tivemos o privilegio de passar pela Catedral da Sé onde assistimos a uma performance do organista Rafael Reis e ainda a um momento de storytelling sobre a Catedral e o seu órgão.
Agora que fizemos questão de dar ao leitor mais alguns argumentos para visitar a cidade de Évora, penso que está na hora de começarmos a falar vinhos. Começamos pela Rota dos Vinhos do Alentejo, um espaço recente, junto à Sé, onde poderá conhecer mais sobre os vinhos alentejanos, o terroir da região, sentir aromas das castas mais utilizadas e fazer uma prova de vinhos no final. É o espaço ideal para aqueles que visitam Évora e não têm tempo para visitar as vinhas e os produtores inloco, neste local conseguem num espaço único ter acesso a uma experiência holística sobre os vinhos alentejanos.
Fomos convidados a fazer a harmonização vínica dos vencedores do concurso dos melhores vinhos do Alentejo (que já falamos num artigo anterior) no Páteo São Miguel, na Fundação Eugénio de Almeida. Este jantar teve a autoria do chef Luís Matos que nos preparou alguns pratos que encaixaram perfeitamente com os 4 melhores vinhos alentejanos de 2024. Cada vinho contou com a apresentação por parte do experiente enólogo Francisco Pimenta do Monte da Comenda Grande.
Após o jantar, estava na altura de fazer uma visita à ÉvoraWine, local onde pode encontrar praticamente todos os produtores de vinho do Alentejo. Apesar do evento estar com bastante afluência foi possível andar de produtor em produtor até darmos de caras com um produtor com nome muito sui generis, Deixa o Resto. Este produtor com um nome tão engraçado foi buscar a sua graça à aldeia de Deixa o Resto, situada entre Melides e Santo André, onde as vinhas velhas ali plantadas permitem a António Rosado fazer o seu vinho branco especial. Adoramos os brancos deste produtor e também a sua aguardente de medronho que é uma autêntica maravilha.
Continuámos o nosso caminho pela praça do Giraldo e descobrimos a Herdade de Balanches, este produtor que tem a particularidade de ter tido a teimosia de querer fazer vinho numa zona de difícil produção, a região de Mértola. Tivemos o prazer de conversar com José Carlos Palma, um homem da terra, com uma cabeça brilhante, que juntamente com a sua família gere a sua herdade de uma forma meticulosa e deveras interessante. Tivemos a oportunidade de provar o Balanches Reserva Tinto 2020, um vinho tinto que estagiou 12 meses em barricas de carvalho francês com uma grande complexidade aromática, notas de frutos vermelhos maduros, ameixas pretas, com taninos suaves, boa frescura e um final longo. É um vinho muito interessante para um PVP por volta dos 20 €.
Por fim gostaria de deixar uma nota de agradecimento aos respectivos presidentes da Confraria Gastronómica do Alentejo e da Confraria de Enófilos do Alentejo que com a sua boa disposição nos brindaram com a sua presença durante todo o dia.