Na Alma de Évora o legado de António Maçanita e a Celebração dos 20 Anos da FITAPRETA, foi o desafio mais recente que nos levou a um local, uma festa e uma celebração à vida e ao vinho.
Fomos convidados no Clube de Vinhos Portugueses a participar na Inauguração do Paço do Morgado de Oliveira & 20 anos da FITAPRETA, realizado no passado dia 28 de setembro de 2024 em pleno Alentejo num ambiente rodeado de natureza, glamour, musica, Vinho e comida, onde se aplaudiu e celebrou um projecto original e único de cariz familiar com uma marca própria, com assinatura de alguém que nasceu no atlântico com olhos no mundo sem nunca deixar de olhar para o que nos antecedeu.
Há algo de especial em viajar pelas estradas onduladas do Alentejo, a caminho de Évora, desta vez o destino foi o Paço do Morgado de Oliveira, onde António Maçanita, um profissional icónico da enologia portuguesa na actualidade, abriu-nos as portas da Adega Fita Preta para celebrar quatro momentos cruciais na sua vida e carreira, nomeadamente os 20 anos da FITAPRETA, a inauguração do Paço, os 20 anos de carreira e, como se não bastasse, os seus 45 anos de vida.
A festa começou às 16h, mas antes mesmo de chegar à monumental propriedade, sente-se a autenticidade e a ambição que sempre definiram Maçanita. Ele não é apenas um produtor de vinhos; é um contador de histórias em garrafas, cada uma com o seu caráter, terroir e uma pitada de ousadia que só ele poderia dar. O Paço do Morgado de Oliveira é a mais recente página no seu livro, um lugar onde tradição e modernidade se encontram de forma arrebatadora.
Ao chegar à Adega FITAPRETA, somos recebidos com a hospitalidade calorosa que define a cultura do vinho em Portugal. Copos de vinho ao alcance da mão, brindamos enquanto o céu alentejano nos envolve com aquele tom dourado único, como se também ele quisesse celebrar este marco. Vinho, comida e música ao vivo fazem-nos sentir que entramos num universo paralelo, onde o tempo parece abrandar, e cada momento é para saborear lentamente.
A Viagem dos Sentidos começou enquanto descobríamos o Paço Medieval do Morgado de Oliveira, um pedaço de história portuguesa que Maçanita ajudou a preservar, renovando-o sem apagar a sua alma. As paredes parecem contar histórias de séculos passados, enquanto nos movemos entre salas antigas e vinhas modernas, sempre acompanhados pelos sabores meticulosamente preparados pelos Chefs Afonso Dantas e João Maldonado (do restaurante 100 Maneiras). A experiência gastronómica é uma ode ao terroir, onde cada prato parece nascer da mesma terra que alimenta as vinhas.
Cada taça de vinho levou-nos um pouco mais fundo no legado de Maçanita, e a noite culminou com a Cerimónia dos 20 anos da FITAPRETA às 20h. Não é só a celebração de uma marca de vinhos, é a consagração de um percurso. Vemos um António Maçanita mais reflexivo, mas ainda com aquele brilho nos olhos de quem vive para o próximo desafio.
Com o jantar servido, e a festa a começar, os vinhos não são apenas bebidas, são convites para uma conversa íntima com a paisagem alentejana e o homem que dedicou duas décadas a explorar as suas potencialidades. Maçanita não faz vinho apenas para o prazer do paladar, mas para que possamos compreender o território e a cultura que o moldam.
O Paço do Morgado de Oliveira, em Évora, será para sempre um marco na história do vinho português, e António Maçanita é o mestre que nos conduz por este caminho, com a ousadia de quem sabe que, para criar algo verdadeiramente memorável, é preciso desafiar as normas sem nunca perder de vista as raízes.
Se há algo que aprendemos neste dia, é que o vinho não é apenas uma bebida, foi mais uma experiência sensorial, cultural e profundamente pessoal e, agora no coração do Alentejo, não há melhor guia do que António Maçanita. “Ei braçado” Parabéns pelas 45 voltas ao sol, que a jornada continue com muitas e boas vindimas.