📉 As expectativas da Produção de Vinho 2024/2025 em Portugal 🍇
De acordo com o Instituto da Vinha e do Vinho (IVV), a produção de vinho na campanha 2024/2025 totalizou 6,9 milhões de hectolitros, representando uma quebra de 8% face à campanha anterior. Pelo que, face ao que foi possível apurar, as condições meteorológicas instáveis foram um dos principais fatores que impactaram negativamente a produção, com destaque para o míldio. Como se sabe, o míldio é o mais temível dos parasitas fúngicos, face a chuva/humidade e o calor são determinantes no seu crescimento e nas Regiões vitícolas quentes e secas na Primavera/Verão raramente têm problemas com a doença, sendo que, o fungo ataca todas as partes verdes da planta em particular as folhas (é nas folhas também que hiberna). No caso de haver míldio, como consequência, a capacidade fotossintética da planta diminui, o desenvolvimento das uvas sofre atrasos e desequilíbrios e pode haver perda parcial ou total da produção.
Regiões com registo de quebras significativas foi os casos das Regiões Vitivinícolas dos Açores, Bairrada, Dão, Lisboa e Península de Setúbal registaram reduções superiores a 20%, enquanto na grande região do Alentejo estima-se uma redução inferior (10%) devido a ataques de míldio e temperaturas elevadas que causaram escaldão e desidratação das uvas.
Já as Regiões Vitivinícolas do Algarve e Beira Interior foram as que obtiveram resultados positivos, tendo registaram aumentos superiores a 20%, enquanto as regiões dos Verdes e Douro cresceram 10% e 5%, respetivamente, enquanto na Região da Beira Interior, e contrariando a tendência nacional, espera-se um aumento de 15% na produção, assim como no caso de Trás-os-montes, onde se prevê um crescimento de 8% na produção, com uvas em muito bom estado sanitário.
No caso mais a sul, na Região do Algarve, tudo indica verificar-se um ligeiro crescimento, com uma estimativa de aumento de 7%, impulsionado pela entrada em produção de novas vinhas com uva de qualidade e boa maturação.
A Produção DOP (Denominação de Origem Protegida) e IGP (indicação Geográfica Protegida), continuam a dominar, representando 91% da produção nacional.
Com a predominância de vinhos tintos (57%), o setor enfrenta o desafio de adaptação às condições climáticas, mantendo o foco na qualidade e na sustentabilidade.
O Futuro
Para enfrentar os desafios climáticos, os produtores de vinho em Portugal estão investindo em estratégias assentes nas mais diversas e melhores práticas sustentáveis e tecnologias inovadoras. A adaptação às mudanças climáticas é crucial para garantir a continuidade da produção de vinho de alta qualidade.
A Conclusão das expectativas da produção nacional 2024/25
De um modo geral, a instabilidade meteorológica durante o ciclo vegetativo da videira favoreceu o desenvolvimento de doenças, destacando-se o míldio. As condições climáticas até à vindima, especialmente o risco de escaldão, ainda serão determinantes para a quantidade e qualidade da colheita.
É importante notar que, apesar desta redução, o volume previsto está em linha com a média das últimas cinco campanhas, refletindo a resiliência do setor vitivinícola português perante desafios climáticos e fitossanitários.