Os Vinhos consumidos na Tomada de Posse do 47.º Presidente dos Estados Unidos da América resultaram numa reflexão que nos ocorreu fazer face o que nos parece ser um sinal ou uma tendência que podemos observar no seguimento desta tomada de posse neste ano e face o que aconteceu na anterior em 2017.

As cerimónias de posse dos presidentes dos Estados Unidos sempre incluem momentos de celebração e tradição, e, como tal, o consumo de vinhos desempenha um papel significativo e preponderante. No entanto, ao observarmos e acompanhar as escolhas de vinhos servidos nas tomadas de posse de 2017 e 2025, parece haver uma clara tendência para a preferência por vinhos do Novo Mundo que emerge, com destaque para vinhos provenientes da Califórnia e da Austrália. Isso reflete não apenas uma evolução no gosto dos consumidores americanos, mas também uma possível tendência preocupante para os exportadores de vinhos de regiões tradicionais como a Europa, incluindo Portugal.

A Tomada de Posse de 2017

Durante a posse do presidente Donald Trump, em 2017, os vinhos escolhidos para o evento foram marcadamente provenientes do Novo Mundo. O Chardonnay da Veritas Winery, da Virgínia, e o espumante da Gruet Winery, do Novo México, estiveram presentes, destacando vinhos produzidos nos Estados Unidos como protagonistas da celebração. Além disso, a presença de vinhos americanos enfatizou a ideia de um mercado forte e crescente dentro dos próprios Estados Unidos.

Qual o impacto de Trump no Vinho em Portugal?

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A Tendência para 2025

Com a tomada de posse de Joe Biden, as escolhas de vinhos tiveram a mesma tendência de 2017. A Califórnia, com sua produção de vinhos mundialmente reconhecida, continua a ser um dos maiores fornecedores para o mercado americano, incluindo para eventos de grande prestígio como as posses presidenciais. Além disso, vinhos da Austrália, Chile e Argentina são frequentemente encontrados na mesa dos americanos, refletindo uma preferência crescente pelos vinhos do Novo Mundo.

Esta tendência não é apenas uma escolha de gosto, mas também uma realidade económica que pode ser observada no comportamento de consumo, que favorece os vinhos produzidos mais próximos e presentes do mercado. A proximidade geográfica, o apelo económico e os custos de transporte favorecem essas regiões, o que coloca os vinhos europeus, como os de Portugal, em desvantagem.

Os Desafios para as Exportações de Vinho de Portugal

Enquanto os vinhos do Novo Mundo ganham mais espaço, especialmente em mercados importantes como os Estados Unidos, as exportações de vinho de países europeus, como Portugal, enfrentam desafios significativos. Além da crescente preferência por vinhos americanos e de outras regiões do Novo Mundo, existem preocupações com o aumento de tarifas e taxas aduaneiras sobre as importações de vinhos da União Europeia nos Estados Unidos. As recentes tensões comerciais entre os EUA e a UE, especialmente em relação ao setor agrícola e à indústria do vinho, podem resultar em tarifas mais altas para os vinhos importados, impactando diretamente as exportações de países como Portugal.