Desengane-se que as melhores proveniências de azeites estão confinadas às regiões de Trás-os-Montes, Beira Interior ou até Alentejo.
Um pouco por todo o país se encontram azeites de grande nível.
A orla à volta da Serra d’Aire e Candeeiro encerra só por si grandes surpresas e azeites de grande nível! Estamos diria até, em zona Medieval!
Nos casos que irei referir, tradição e história estão sempre presentes!
Cooperativa de Olivicultores de Fátima
Parece que a luz do Senhor está acesa neste azeite. E efetivamente está!
Sendo grande tradição, o azeite chegou a ser desde tempos imemoriais o único meio de subsistência nas populações aqui existentes.
Desde a mais remota antiguidade, os povos acreditavam que o azeite era uma dádiva divina. Assim sucedia com os egípcios para quem o cultivo da oliveira teria sido transmitido por Ísis até aos gregos e aos romanos que o atribuíam aos respectivos deuses. De resto, para diversas religiões, o azeite representava a presença de Deus ou do Espírito Santo entre os homens, foi usado como perfume e bálsamo, para alumiar e ainda como sacrifício prestado no culto aos deuses e os seus ramos simbolizam a paz no mundo. São inúmeras as passagens bíblicas que se referem ao azeite e à oliveira, aliás à semelhança do que sucede na Tora.
MUSEU DO AZEITE
O cultivo da oliveira e a produção do azeite é anterior à própria Nacionalidade, contribuindo para tal as características do clima e a natureza dos solos, a situação geográfica e a fixação de povos mediterrânicos entre os quais se destacam os mouros e os judeus, sendo que esta comunidade registou uma forte presença no Concelho de Ourém. Não admira, pois, que o azeite produzido por estes lados, infelizmente desconhecido, se encontre entre os melhores que se produzem em Portugal e muito provavelmente em todo o mundo.
As variedades predominantes aqui são a “Galega”, “Verdeal” e “Lentisca”.
Além da venda à porta do produtor, o visitante pode ainda visitar um imponente museu aqui existente e que ilustra a forma de produção deste ouro líquido em tempos passados.
PARAGEM OBRIGATÓRIA!
PROVA:
Fátima Premium
0,2º
Variedades: “Galega”, “Verdeal” e “Lentisca”
Azeite de cor amarelo dourada com laivos esverdeados, de aroma muito frutado, algum picante contrabalançado com doce, na boca é relativamente doce, com aromas de frutos secos, amêndoas e alguma macã. Temos um ouro líquido puro de grande classe, de qualidade superior a alguns já provados no Clube de Vinhos Portugueses!
”Quando não havia luar, dizíamos que a candeia de Nossa Senhora não tinha azeite.”
Memórias da Irmã Lúcia , p. 25
Casa Féteira – Porto de Mós
Tal como nos vinhos, as técnicas ancestrais transmitidas pelos monges de Císter ao nível da condução de olivais perduram e continuam em prática, aliados às mais modernas técnicas de extração de azeite, no caso deste produtor totalmente a frio, com condições ecológicas e sem produção das poluentes águas-ruças.
A empresa remonta ao início do século passado, criada pelo Sr. José Féteira, sendo atualmente gerida pelos seus bisnetos.
O azeite é obtido a partir de azeitona proveniente de olival próprio da Quinta da Capeleira com 10 hectares ( produção média de 2000L / 6 hectares ) e de olivicultores que aqui entregam também os seus frutos.
O produtor e olivais situam-se entre as zonas de Alcobaça e Serra de Candeeiros, sendo que a maior parte provém do Concelho de Porto de Mós.
O LAGAR
“Este Lagar que funciona por centrifugação em linha contínua de 2 fases ( sistema extracção mais moderno ) é considerado um dos mais bem equipados da região, cumpre todas as normas legais em vigor e adopta as melhores práticas de produção de azeites virgens. Por outro lado, o Lagar foi concebido por forma a poder transformar pequenas quantidades de azeitona, permitindo assim que os clientes consumam o azeite extraído dos seus olivais, mantendo-se uma tradição deveras apreciada pelos pequenos agricultores.”
Os azeites são obtidos a partir de azeitonas das variedades Galega e Cobrançosa.
VALE A PENA VISITAR!
PROVA:
Azeite Virgem Extra Vila Forte
< 0.5º
Variedades: “Galega” e “Cobrançosa”.
Azeite de cor esverdeada suave, com alguns tons dourados, muito frutado, de muito boa intensidade, redondo, suave e com muito poucos herbáceos, ligeiro picante, doce e ideal para ser consumido em crú.
DIVINIS – Ourém
Tal como Fátima, aqui nesta zona igualmente se produz azeite de qualidade, sendo que de acordo com a crítica internacional, o Azeite de Ourém, está entre os melhores em Portugal e em todo o mundo.
Este produto nobre contribuiu também aqui para a fixação de povos mediterrânicos, como judeus e até mouros.
O azeite pode constituir uma das melhores imagens de marca do Concelho de Ourém, porque estamos perante um produto de excelência!
Variedades: “Galega”, “Cordovil”, “Cobrançosa” e“Verdeal”
PROVA:
Conde d’Ourém Virgem Extra
< 0.5º
Variedades: “Galega”, “Cordovil”, e“Verdeal”
Azeite de cor amarelo-esverdeado, com aroma ligeiramente frutado, alguma doçura, herbáceo, de paladar picante, doce, ideal para cozinhados.