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A dura faina do bacalhau caracterizava-se por ser uma pesca longínqua, próxima da costa da América do Norte, o que exigia não só uma extensa travessia do Atlântico Norte como permanências longas neste mar.
Receita
Bacalhau Confitado com Batata-Doce e Vegetais
Chefe Justa Nobre
Ingredientes
- 1,200Kg lombos de bacalhau (200g cada)
- 1l azeite
- 4 dentes de alho
- 1 pé de alecrim
- 1 folha de louro
- 1,200Kg batata-doce
- 300g ervilhas tortas
- 400g couvinhas de Bruxelas
- QB sal
- QB pimenta
Preparação
Descascam-se as batatas-doces e cortam-se em rodelas com 1cm de grossura.
Temperam-se de sal e pimenta e vão ao forno em 2,5dl de azeite até estarem loirinhas, viram-se e deixam-se alourar do outro lado, enquanto alouram por fora, ficam cozidas por dentro.
Entretanto cozem-se as couvinhas e as ervilhas em água e sal.
Numa frigideira anti-aderente funda coloca-se o azeite, e juntam-se os alhos, o alecrim e o louro.
Depois de estar a ferver coloca-se o bacalhau com a pele para cima, tapa-se e deixa-se terminar.
Vinhos Recomendados
Esta pesca, por se realizar tão afastada do território nacional, necessitava de uma maior duração das campanhas, em “embarcações de maior tonelagem” com “tripulações numerosas”, que suportavam a todo o custo os “rigores do tempo”.
Mapas da Zona de Captura
No entanto esta faina permitiu o “aperfeiçoamento das técnicas de conservação e autonomizou a actividade extractiva dos domínios da circulação e do consumo”, conseguindo empregar “milhares de homens” e também “milhares de mulheres, nas secas do bacalhau”, possibilitando o desenvolvimento de “indústrias de construção naval, de secagem de bacalhau, de frio, de motores, de serralharia, de cordoaria, (…)” e ainda marcou terras e gerações, através do seu modo de vida “árduo, duro e penoso”, que “fez e continua a fazer história”.
É assim importante discutir e analisar a pesca do bacalhau, a sociedade envolvida nesta actividade, as políticas, e a sua história ao longo dos tempos, pois se hoje em dia este peixe ainda faz parte da alimentação do dia-a-dia e da tradição natalícia dos portugueses, a sua importância e os vincos que criou estabeleceram prevalências na memória do país e de vastas comunidades, que constituem marcas importantes no património.
Por um lado “somos possuídos pelo ‘delírio das coisas marítimas’ e somos um povo profundamente marcado pelas relações com o mar”.
Por outro lado, e ao mesmo tempo, a nossa relação com este património marítimo é complexa, manifestando-se por vezes de formas contraditórias, como será discutido neste trabalho.
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