Almeirim é uma cidade portuguesa pertencente ao Distrito de Santarém, com cerca de 11 700 habitantes.

Sob ponto de vista vinícola, Almeirim está dentro da Região de Vinhos do Tejo, no seu espaço prosperam diversos produtores, como a Adega de Almeirim, a Quinta da Alorna, Quinta do Casal Branco, a Falua Vinhos, a Fiúza, a Adega de Benfica do Ribatejo, sendo das zonas onde é possível obter-se quantidade aliada à qualidade.

Estamos essencialmente em zona de Lezíria e Charneca, dois dos três principais terroirs da Região de Vinhos do Tejo, com larga tradição e uma mancha de vinha de grande extensão. Além disso é igualmente um município associado da AMPV ( Associação de Municípios Portugueses do Vinho ).

Ver aqui último artigo sobre a Adega de Almeirim.

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É sede de um município com 222,12 km² de área e 23 376 habitantes (2011), subdividido em 4 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Alpiarça, a leste e nordeste pela Chamusca, a sul por Coruche e Salvaterra de Magos, a oeste pelo Cartaxo e a noroeste por Santarém.

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Almeirim é uma região que encontra as suas origens nos remotos grupos humanos que aqui se vieram fixar após as alterações das últimas glaciações.

Encontram-se materiais do Paleolítico Médio, lascas Levados, passando-se de seguida para o Mesolítico. O Neolítico, o Calcolítico e o Período do Bronze também se encontram representados.

O Período do Ferro marcou bastante esta região como provam as estações Arqueológicas Locais.

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As Legiões Romanas de Décimo Junius Brutus estiveram neste local, subindo o Tejo e desembarcando perto de Santarém onde deixaram importantes marcas.

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A ocupação das terras aráveis terá começado por volta do Séc. I a.C. Há por todo o concelho vestígios da presença, representado por Estações Arqueológicas.

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Desenvolveram aqui a agricultura e a criação de gado: trigo e oliveira. Almeirim nasceu à beira do Tejo.
Mas vamos localizar Almeirim um pouco mais adiante na História, em pleno século XVI, onde os acontecimentos são mais abundantes e o registo dos cronistas nos aparece com mais precisão.


Com as suas magníficas coutadas de caça, que se estendiam por uma grande extensão, a vizinhança de Santarém, as proximidades do Tejo e ainda de Lisboa, com fácil acesso, por via fluvial, Almeirim tornou-se, desde logo, no lugar preferido dos reis da II dinastia e a estância de Inverno frequentada por numerosos membros da Corte, de tal maneira que foi considerada a “Sintra de Inverno”, no século XVI, como se menciona e se dizia que “em Almeirim se estava em pilha como sardinha”.
Almeirim era pois, o ponto ideal para repouso, tal como disse Júlio Castilho na sua “obra “Lisboa Antiga”: “À fresca Almeirim afluía todo o que tinha moradia e assentamento e todo o que desejava ter: o cavaleiro ocioso recém-chegado da Índia, o taful que buscava mulher nos estrados do Paço, todos os estalajadeiros, “mariposas do palácio”, namorados dos encantos de Portugal”.


Em Almeirim as intrigas palacianas, os amores forjados à sombra dos frondosos jardins do Paço Real, eram misturados com a resolução dos mais altos negócios do Reino, tanto se dizia que “punha Cupido a sua aula e tinha El-Rei o seu despacho”.
D. João I, entre 1411 e 1423, fez construir o Paço acastelado e as primeiras habitações que vieram contribuir para a criação da vila, depois do rei ter mandado proceder a trabalhos de terraplanagem, colmatagens e drenagens em terrenos paludados na zona da construção.


Este Paço Real foi aumentado e melhorado com novas instalações por D. Manuel I que esteve em Almeirim por diversas vezes: todo o ano de 1510, parte de 1513, o Natal de 1514 e todo o período que decorreu entre Outubro de 1515 e Maio de 1516, tendo D. João III seguido o seu exemplo, manifestando a sua predilecção por Almeirim, aliás demonstrado este interesse por toda a dinastia de Avis.
Foi o Paço Real em Almeirim palco de uma das mais problemáticas Cortes da nossa história.
Em 1578, D. Sebastião que visitava Almeirim com frequência, foi levado pelo gosto da aventura e com o ímpeto dos seus verdes anos a oferecer os seus préstimos para a reconquista de Arzila, que os portugueses tinham abandonado em 1550.
Não resistindo à superioridade das forças marroquinas, o exército chefiado pelo jovem rei foi derrotado, deixando D. Sebastião a sua vida em Alcácer-Quibir provocando uma situação difícil para o reino.
Sem sucessor são abertas as Cortes de Almeirim pelo Cardeal D. Henrique em 11 de Janeiro de 1580 para decidir o problema da sucessão.
Nestas Cortes Febo Moniz, como procurador do Povo de Lisboa, dirige-se com voz enérgica ao decrépito Cardeal: “Entregue Vossa Alteza o Reino a um príncipe português e todos lhe beijarão a mão”.
Sem nada ser resolvido, as Cortes são dissolvidas e o Reino passa a ser governado por Filipe II de Castela, dando-se início à Dinastia Filipina que iria durar Até 1 de Dezembro de 1640.
Durante o tempo em que Almeirim foi procurada como estância de veraneio, muitas pessoas passearam-se pelas ruas do burgo e povoaram o Paço Real: Gil Vicente, o pai do teatro português, representou, nos Paços da Vila, às Cortes de D. João III, algumas das suas farsas, comédias e autos, como por exemplo, o “Auto da Fé” em 1510; a “Barca da Glória” em 1519; a tragicomédia “Dom Dardos” no casamento da Infanta D. Isabel com Carlos V, em 1525 e em 1526 apresenta a farsa “O Juiz da Beira”, a tragicomédia “Templo de Apolo”, o “Breve Sumário da História de Deus” e o “Diálogo sobre a Ressurreição”.
Foi ainda no Paço Real que Garcia de Resende começou a imprimir o seu Cancioneiro Geral.
“Sintra de Inverno”, tal com era conhecida pela Corte, Almeirim foi cenário de festas pomposas e casamentos entre Príncipes, Donzelas e Infantes, mas de todo esse passado que animou o Paço Real, nada existe hoje que nos fale do fausto dessa época.
O Pórtico do Palácio que começava a ameaçar ruína foi mandado demolir por D. João, Regente em nome de D. Maria I em 1792, facto que só se verificou no século XIX, em 1890.
Actualmente, com algum significado histórico, existe a Igreja Paroquial de S. João Baptista, templo que passou por diversas fases de remodelação.
Possui uma só nave, dispõe de uma pia de água benta quinhentista e da imagem do padroeiro da freguesia em madeira do século XVII, pintada e estofada à moda da época, além de outras imagens que se encontram em diversos altares e nichos.
Começou por uma capela mandada construir por D. Manuel I em 1500, a Mestre Henrique, médico da Corte e da Infanta D. Isabel.
No tecto pode-se ver uma composição de Mestre Carlos Reis, representando o drago da freguesia.
De registar também, como elementos de interesse para a história de Almeirim é a existência de um edifício que foi adaptado a escolas primárias no início do século XX, agora desactivadas, e que foi um hospital e Capela mandada construir por D. João III em 1527 em honra de Nª Senhora da Conceição, sede da Ordem Terceira de S. Francisco e da Capela do Divino Espírito Santo.
É possível encontrar na parte antiga da povoação entre S. Roque e as Ribeiras alguns Passos do Calvário e edifícios revestidos a azulejos.
Com importância encontram-se os Palácios da Quinta da Alorna que foi residência de D. Leonor de Almeida Portugal Lorena e Lencastre, a escritora Alcipe, 4ª Marquesa da Alorna.
Palácio do Casal Branco, famoso por ter sido palco de divertimentos tauromáquicos do Rei D. Miguel e a Quinta de Santa Marta, na freguesia de Benfica do Ribatejo que foi residência do Conde de Atalaia.
Mas outros factos históricos se prendem a Almeirim:
Por aqui passava a notável via militar romana que, partindo de Lisboa para Mérida, capital da Lusitânia. Esta seta ficaria integrada no Brasão da Vila de Almeirim, assinalando este facto.
A partir de então passou a realizar-se a procissão em honra do Mártir S. Sebastião e que, durante muitos anos, deu grande brilho a Almeirim.