As cabras são consideradas como sendo dos primeiros animais que foram domesticados pelo Homem e isso aconteceu por volta do ano 7000 a.C. no Médio Oriente.
Cabrito assado no forno da Serra do Caramulo
Ingredientes:
- 1 Cabrito 3 a 5 Kg. (sem fressura)
- 6 dentes de alho
- 1 folhas de louro
- 1, 5 colher de sopa de colorau
- 1 ramo de Salsa;
- Flor de Sal Marinho
- 0,5 lt. vinho branco
- 6 colheres sopa de azeite
- 2,5 colher de sopa de banha de porco.
Preparação:
Começa-se por limpar o Cabrito, retirar a fressura e cortando-o em pedaços grandes; barram-se com uma papa feita com o sal grosso, alhos esmagados, colorau, o louro, o azeite, e a banha.
Coloca-se os pedaços do cabrito numa assadeira de barro preto de Molelos e junta-se o ramo de salsa e um pouco de vinho branco, deverá ficar assim temperado de um dia para o outro.
Leva-se ao forno de lenha bem quente e quando o cabrito se apresentar meio assado, começa a regar-se com o vinho branco (de vez em quando).
O cabrito deve ficar bem tostado.
Serve-se com batatinhas assadas, arroz de miúdos feito com a fressura do cabrito e grelos salteados.
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Historial
Esta justificação talvez se fundamente na sua resistência natural e na sua capacidade de adaptação a condições extremas o que desde cedo chamou a atenção dos povos primitivos e com isto manifestou-se a possibilidade de o domesticar.
Dadas as caraterísticas globais inerentes ao animal, torna-se uma espécie comum entre os humanos, que em caso de fome seria um dos primeiros animais a abater, não só pela proximidade, mas também pelo seu porte e fraca capacidade de fuga.
Assim, tanto a cabra como o cabrito tornam-se uma presença constante na alimentação humana a qual viria a ser também utilizada como forma de pagamento e troca de produtos.
Com o passar dos anos, muitos outros animais foram domesticados pelo homem, mas o lugar dos rebanhos foi preservado.
Cruzar informação histórica referente ao cabrito implica também, de alguma forma, referenciar o conhecimento religioso.
Assim, referente ao domingo de Páscoa que significa, em termos de alimentação, o retomar o sustento normal, ou seja, terminado o jejum que aos católicos se impõem durante a Quaresma, que vai desde Quarta-feira de Cinzas até Sexta-feira Santa.
Na prática obrigava a comer peixe durante os quarenta dias que separavam o Carnaval da Páscoa, chegado então esse momento volta a comer-se carne, preparam-se os melhores e mais abundantes repastos como forma de comemoração e finalização do jejum, onde o cabrito toma um lugar cativo.
Daí que este tipo de alimento esteja associado aos momentos festivos da vida.
A região
O cabrito da Serra do Caramulo é de raça serrana e apresenta-se de pequena corpulência em pastoreio extensivo na serra de declives fortemente acentuados, por vezes inacessíveis ao homem, mas passíveis de ser povoada por pequenos ruminantes a destacar a cabra serrana que tão bem se adapta às condições específicas do meio.
A flora predominante são osprados espontâneos à base de urze, carquejas, giestas e tojo, o que caracteriza e confere um paladar único e tão apreciado ao cabrito desta região.
Mas, para além da flora não podemos esquecer a utilização do forno de lenha para a sua confeção, bem como as assadeiras de barro negro de Molelos para o seu aperfeiçoamento e por fim a mestria das mãos sábias para o seu tempero.
Características
A característica mais acentuada em termos sensoriais é o cheiro pronunciado, frequentemente definido como “ cheiro a leite”.
Já em termos nutricionais e como foi anteriormente referido, apresenta uma menor quantidade de gordura, mesmo quando comparada com outras carnes jovens, como por exemplo a de vitela.
No entanto, e como qualquer alimento deve ser consumido com moderação, justificação dada pelo facto de existir um mais elevado conteúdo em purinas.