O Registo
- Designação: Castanha da Padrela DOP
- País: Portugal
- Morada: Freguesias dispersas pelos concelhos de Chaves, Murça, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar
- Data de nascimento: Pré-história. Registos do século XIII
Receita
Javali no pote com Castanhas
INGREDIENTES
- Javali
- Castanhas
- Vinho
- Louro
- Cebola
- Colorau
- Alho
- Limão
- Sal Marinho Rui Simeão
- Azeite Valle Madruga
PREPARAÇÃO
Corte o javali em pedaços e coloque-o a marinar com um bom vinho, louro, cebola, colorau, alho, limão, azeite e sal marinho.
Depois de bem marinado, cozinhe-o num pote de ferro fundido, aconchegado com saborosas castanhas, das variedades longal, judia ou boa-ventura.
Deixe cozinhar em lume brando até que a carne se apresente tenra, o que demora entre 1 hora e 30 minutos a 2 horas.
Javali no Pote Com Castanhas – Versão para Impressão
Vinhos Recomendados
Particularidades
Castanha obtida através de castanheiros da espécie Castanea sativa, constituída pelas variedades: Cota, Judia, Lada, Longal, Negral e Preta
É o fruto que se obtém a partir do castanheiro, das variedades Judia (cerca de 80% do total), Lada, Negral, Côta, Longal e Preta.
As castanhas têm uma forma arredondada e um brilho natural.
Em Trás-os-Montes foram durante muito tempo uma das principais fontes alimentares locais.
A castanha é um fruto de excelência em Portugal, em particular na região de Trás-os-Montes.
A Serra da Padrela é o ícone desta castanha DOP, que está na origem de outra certificação regional…
Se por vezes o azeite é chamado de ouro líquido, a castanha podia ser considerada o ouro sólido…
Pelo menos em Trás-os-Montes, uma vez que a região tem as duas preciosidades em abundância e com qualidade certificada.
O castanheiro é conhecido na história da alimentação como ‘árvore-pão’, devido ao uso intensivo que as populações deram ao seu fruto durante séculos.
Portugal tem quatro Denominações de Origem Protegida.
As castanhas de ‘Marvão-Portalegre’, no Alentejo, e da ‘Terra Fria’, dos ‘Soutos da Lapa’ e da ‘Padrela’, em terras transmontanas.
Entre as 16 variedades certificadas nas quatro zonas, meia dúzia estão ao redor da Serra da Padrela.
Entre as castanhas da Padrela, a ‘Judia’ representa mais de 80% da produção, mas é a ‘Longal’ que é considerada a de melhor sabor, maior resistência e a mais fácil de descascar.
Outras de menor calibre têm menos interesse comercial, mas nem por isso são menos importantes na economia local.
Afinal a região está na origem de outro produto DOP, o ‘bísaro transmontano’. Este porco a quem se dá ‘pérolas’, e bem, é criado à base de castanhas (e outros alimentos) que caem ao chão nos meses de Outubro e Novembro, o que contribui decisivamente para a excelência da sua carne fresca ou dos seus enchidos.
Os castanheiros são oriundos da Ásia mas há espécies nativas em várias regiões na Europa.
A presença da árvore na região é milenar. Consta que no século XIII, em Trás-os-Montes, as castanhas eram usadas como moeda de troca pela utilização de terras para cultivo.
Mais de metade da produção de castanha da Padrela é exportada para países como Espanha e França, onde se faz o tradicional marron glacé, e também para a Suíça e Brasil.
Os lotes do fruto são a mistura das diversas produções e apresentam um calibre que permite obter no máximo cerca de 90 castanhas por quilo. Se o número for inferior o calibre será maior.
A castanha pode ser apresentada cozida, congelada, pilada ou em calda. Além de saborear as castanhas, pode também tirar-se partido da beleza dos castanheiros no percurso ‘Dourado da Padrela’, uma viagem de 90 quilómetros que abrange os cerca de 30.000 hectares de soutos certificados.
Até à chegada da batata e do milho à Europa, a castanha era a base da alimentação dos mais pobres.
Entre nós, desde tempos remotos que as populações do interior norte fizeram da castanha um aliado fundamental na sua alimentação e nos negócios.