A conventual e nacional Barriga de Freira
Para se ir à história temos que recuar ao Século XV para falarmos sobre a conventual e nacional Barriga de Freira.
Ordens religiosas, conventos e até mosteiros foram percursores da doçaria em Portugal!
Especialmente porque constituíam uma fonte de rendimento para gerir estas estruturas, tirando partido do pecado da gula nacional!
À época, doces como a conventual e nacional Barriga de Freira eram considerados um luxo!
Representavam o “grand finale” de uma refeição!
Também eram utilizados em grande quantidade nas comemorações das festas litúrgicas e vendidos não como manjar de príncipe, mas como doce do céu.
História de doçaria como a conventual e nacional Barriga de Freira, está diretamente relacionada com o desenvolvimento económico, social e cultural do país.
Os doces sempre estiveram presentes no fausto das refeições dos conventos, mas somente a partir do século XV, com a divulgação do açúcar, atingiram notoriedade.
O açúcar possibilitou a criação de várias “caldas”, que mãos sábias souberam encontrar e padronizar.
Além de fortuna, os conventos tinham fácil acesso aos diferentes produtos para praticarem uma boa mesa.
A famosa zona de Tentúgal é disso grande exemplo, e esta iguaria pode por exemplo encontrar-se em todas as pastelarias desta vila.
À semelhança do Pastel de Belém, a conventual e nacional Barriga de Freira apenas nos permite obter uma receita aproximada que aqui deixamos.
Receita aproximada
Ingredientes utilizados
- Farinha de trigo
- ovo
- leite
- açúcar
- amêndoa
- canela.
Modo de preparação
Massa
Junta-se a farinha de trigo, o limão, a manteiga; canela.
Amassa-se tudo muito bem até ficar uma massa consistente.
Recheio
Levam-se os ovos e o açúcar ao lume a meio da cozedura junta-se a amêndoa.
Deixam-se cozer os ovos até ficar cremoso.
Vinhos Recomendados
Como harmonizar (Wine Pairing)
Para um doce elaborado com ovos e que leva amêndoa que irá torrar um pouco durante a confeção, vai bem um licoroso elaborado com casta branca para conferir alguma acidez, ou licoroso tinto com boa evolução. Temperatura de serviço: 12-14ºC
4 Comentários
António Cavaco
6 anos atrásÓ meu distinto, Jorge Cipriano, então nos vinhos recomendados, para este “exlibris” da doçaria conventual, Nacional, não ficaria bem, um Lajido seco, para não indicar, o doce, ou um Czar, ambos do Pico? “Ilha Mãe de Vinhos”. Ou até, já que falamos em brancos… um verdelho, ou verdelho e arinto…???
O palato, regra geral, afasta elementos com a mesma carga (açúcar) e atrai opostos… (doce – acidez – frescura)
Um abraço
Jorge Cipriano
6 anos atrásBoa noite, António Cavaco. Poderia eventualmente harmonizar. Contudo, é acidez contra açúcar, o que no plano geral nem sempre funciona. Contudo é uma opinião que temos de respeitar. Cumprimentos.
CARLOS HENRIQUE MOREIRA PEIXOTO DELTA THEREZA LUZIA MOREIRA PEIXOTO
6 anos atrásEstive em Portugal, mas não sabia desta iguaria, fui a Alcobaça e provei os doces conventuais. Da próxima vez vou experimentar este.
Jorge Cipriano
6 anos atrásAgradecemos a sua apreciação e opinião. Cumprimentos.