Cada vinho produzido em Portugal, em função da região, clima, solo e principalmente as castas de uva que são a sua base, tem uma identidade e alma próprias.
O sabor do vinho está intrinsecamente relacionado com a casta escolhida. Com certeza que esta é escolhida, – dado o know-how acumulado ao longo de pelo menos dois milénios – de acordo com critérios que favorecem a correta maturação saudável da planta, consequentemente do fruto e também o tratamento da vinha ao longo do ano. Na prática, trabalha-se um ano inteiro para aproximadamente 15 dias de vindima!
Dado o número de castas recomendadas para Portugal ser extenso, este artigo será partido em várias parcelas. Começarei pelas Castas Brancas, depois pelas Tintas.
À semelhança que fiz com os Aromas do Vinho, seguirei uma ordem alfabética. A saber:
CASTAS BRANCAS:
1 – Alvarinho, Antão Vaz, Arinto, Avesso e Azal;
2 – Bical, Cercial, Chardonnay, Encruzado e Fernão Pires;
3 – Fonte cal. Gouveio, Loureiro, Malvasia – Fina e Moscatel;
4 – Rabo-de-Ovelha, Sauvignon Blanc, Síria, Terrantez;
5 – Trajadura, Verdelho (da Madeira) e Viosinho.
CASTAS TINTAS:
1 – Alfrocheiro, Alicante Bouschet, Aragonês, Baga e Borraçal;
2 – Castelão, Cabernet Sauvignon, Espadeiro, Jaen e Moreto;
3 – Moscatel Galego Roxo, Petit Verdot, Ramisco, Rufete e Syrah;
4 – Tinta Barroca, Tinta Caiada, Tinta Negra, Tinto Cão e Touriga Franca;
5 – Touriga Nacional, Trincadeira e Vinhão.
O QUE É UMA CASTA?
O termo casta tem a sua origem no latim, significando pura, sem misturas.
O seu significado é: característica comum de um conjunto de videiras, provenientes de uma ou de várias plantas morfologicamente semelhantes, ou seja, a casta está para as videiras, como a raça está para os cães, por exemplo. A espécie é toda a mesma, vitis vinífera, a variedade é que é diferente.
Em todo o mundo existem entre dez a vinte mil castas, no entanto, destas apenas cerca de quinhentas foram isoladas, cultivadas e reproduzidas pelo Homem.
Noção de Terroir
Ao agregado de características transmitidas pelo solo e pelo clima às videiras, os franceses deram o nome de “terroir” e não podemos falar de castas de videiras, sem fazer a sua associação ao terroir, pois conforme o local onde se encontra plantada, uma mesma casta reage de forma diferente originando diferenças no produto final, o vinho.
O aroma varietal da casta
A mesma casta em solos e climas diferentes origina vinhos diferenciados, embora algumas componentes aromáticas próprias da casta se mantenham; a esta componente que se mantém chamamos o aroma varietal da casta. Existem castas autorizadas e recomendadas nas várias regiões demarcadas. Nesta secção irá encontrar as castas mais utilizadas em Portugal, bem como outras de interesse. As castas estão classificadas em brancas e tintas, em função da cor da sua película.