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Casta branca autóctone, é cultivada em diversas regiões com especial destaque para as DOP Douro, Porto e Trás-os-Montes.
A casta Rabigato apresenta cachos médios e bagos pequenos de cor verde amarelada. É uma casta muito sensível ao oídio e ao míldio.
É uma casta de maturação precoce apresentando no geral um vigor e produtividade médios; adaptando-se a todos os tipos de porta-enxertos, prefere solos secos e um clima moderado, demonstrando boa adaptação para a vindima mecânica.
A sua elevada acidez natural torna-a interessante para a elaboração de lotes com castas menos ácidas; os vinhos normalmente de qualidade elevada e com uma razoável capacidade de envelhecimento, apresentam aromas de intensidade mediana, doce, lembrando flores de laranja com notas mais vegetais e no gosto são equilibrados, frescos, apresentando-se com vivacidade e alguma persistência na boca.
Os aromas são cítricos lembrando frutas de casca laranja como Tangerina, Laranja e algo floral.
No entanto, é a boca, porém, que justifica a sua reputação, com uma acidez mordaz e penetrante, capaz de rejuvenescer os brancos do Douro Superior.
Por erro, no passado foi relacionada com a casta Rabo de Ovelha, variedade com a qual não aparenta qualquer semelhança. Rabo de Ovelha que, de forma igualmente errónea, perfilhou a designação Rabigato na região do Vinho Verde, com a qual não tem qualquer relação.
- Abrolhamento: Precoce, 1 dias após a Fernão Pires.
- Floração: Época média, 3 dias após a Fernão Pires.
- Pintor: Tardio, 10 dias após a Fernão Pires.
- Maturação: Época média, uma semana após Fernão Pires.
4 Comentários
Virgílio Loureiro
7 anos atrásCaro Jorge Cipriano,
Quem sou eu para o desdizer, mas não concordo muito com o que disse a respeito do Rabigato. Ainda só tenho dezassete vindimas de experiência, mas nunca achei que fosse uma casta precoce. Precoce é o Viosinho, que normalmente é vindimado 2 a 3 semanas antes do Rabigato. Também não subscrevo os seus descritores sensoriais (que eu preferia chamar-lhe metáforas sensoriais). Acho que os aromas “florais” e “cítricos” que refere são da responsabilidade das leveduras e das baixas temperaturas de fermentação. Quando se fermenta sem refrigeração os vinhos não têm os aromas que refere, de que o grande exemplo é o Rabigato D. Berta.
Um abraço,
V. Loureiro
Jorge Cipriano
7 anos atrásContrariamente a muitos autores, é com agrado e honra que registo o seu parecer àcerca desta casta menos conhecida. O vinho que referiu foi dos que provei antes de escrever sobre Rabigato, assim como um D. Graça e um Maçanita. O Rabigato do D. Graça era de 2014 ainda (eu conservo uma amostra sempre que tenho mais que uma) e os outros dois eram de 2015. Será por isto que me deram estes dados sensoriais ? Agradeço sempre aprender com quem tem incomparavelmente mais experiência e formação que eu . Sobre a maturação da casta, recorri a um viveirista, um viticultor que tem uma empresa e a um produtor. Não sendo duriense e tendo essa região pouco explorada tenho que recorrer a terceiros . À nossa saúde Prof. e que tenha sempre o prazer dos seus comentários. Jorge Cipriano
Mário Rodrigues
7 anos atrásAs nossas castas, brancas e tintas, produzem vinhos de excelência; vinhos monovarietais brancos portugueses, como enófilo, diria que são todos de uma qualidade extrema; nunca é demais a divulgação destas nossas riquezas; bem haja pelo seu trabalho Jorge Cipriano.
Jorge Cipriano
7 anos atrásÉ muito importante para o Clube de Vinhos Portugueses que os seus artigos informam e agradam aos seus leitores. Cumprimentos. Jorge Cipriano