Casta tinta autóctone, é cultivada em diversas regiões do país devido à sua versatilidade, com especial incidência nas áreas das IGP Lisboa, Tejo, Península de Setúbal e Alentejano.
Variando com o clima e solos, os vinhos obtidos possuem tons granada e um aroma intenso frutado, são geralmente macios com algum acídulo, equilibrados e persistentes, apresentando boa aptidão para envelhecimento em madeira.
A Castelão é uma das castas mais cultivadas no sul do país e particularmente na zona da Península de Setúbal.
Ao longo do tempo já teve várias denominações: João de Santarém, Castelão Francês e o popularmente divulgado Periquita.
A Castelão desenvolve-se melhor em climas quentes e solos arenosos e secos, pois quando é plantada em solos húmidos e férteis produz vinhos de fraca qualidade.
Os vinhos produzidos pela Castelão são concentrados, aromáticos (framboesa e groselha) e com boas condições para envelhecer.
A região da Península de Setúbal produz os melhores vinhos desta casta.
Fenologia
A Castelão é considerada casta-referência para os estados fenológicos das castas tintas.
- Abrolhamento: Precoce.
- Floração: Precoce.
- Pintor: Época média.
- Maturação: Época média.
Dr. Eiras Dias INIAP-EVN
Fisiologia
Bastante versátil. Porte erecto. Vigorosa. Boa produtividade. Tendência para rebentação múltipla. Sensível ao desavinho.
Pouco sensível à podridão, no período de maturação. No período de floração é sensível à podridão, que ataca o pedúnculo do cacho.
Dr. Eiras Dias INIAP-EVN
Descrição geral
Uma das variedades tintas mais cultivadas em Portugal, sendo melhor conhecida por Periquita, nome que lhe vem da “Cova da Periquita”, quinta de José Maria da Fonseca onde os seus vinhos começaram a ganhar fama.
Tem um excelente poder de adaptação a condições ambientais muito diferenciadas, podemos mesmo afirmar que esta é uma casta muito versátil, desafiando constantemente a imaginação dos enólogos.
Prof. Virgílio Loureiro
Descrição do vinho monovarietal
Nas areias de Poceirão e Fernando Pó em bons anos origina belos vinhos de guarda, carnudos, com notas aromáticas de frutos vermelhos e plantas silvestres, que “casam” muito bem com o perfume do carvalho francês.
Noutras zonas pode apresentar comportamento enológico muito diferente. Os vinhos reflectem a natureza das uvas, apresentando-se abertos de cor, com menor capacidade de envelhecimento e mais adequados para beber novos.
Prof. Virgílio Loureiro