Como ocorre a evolução da cor do vinho tinto
Saber como como ocorre a evolução da cor do vinho tinto, permite-nos prever a longevidade do néctar dos Deuses.
Existem, de facto diversos fatores que para tal contribuem.
Um fator determinante sobre como ocorre a evolução da cor do vinho tinto é a presença de polifenóis !
Envelhecimento – uma metamorfose
Durante a fermentação e o envelhecimento do vinho, os compostos fenólicos, nomeadamente as antocianinas e os 3-flavanóis, sofrem várias transformações estruturais.
Verificam-se reacções de complexação e associação com outros constituintes.
Tais como as proteínas, os polissacáridos e os metais pesados que levam progressivamente à sua polimerização.
Os fenómenos de copigmentação que ocorrem nos vinhos novos foram apontados como sendo o primeiro passo destas reacções.
Transformações fenólicas
A grande diversidade de transformações químicas que ocorre no vinho irá originar novos compostos.
Estes serão mais estáveis, com características físico-químicas diferentes dos compostos fenólicos iniciais.
Alterando assim as características organolépticas do vinho, nomeadamente a cor e o sabor.
Grande parte dos mecanismos envolvidos nestas transformações são desconhecidos.
Têm-se verificado nos últimos anos alguns avanços no que diz respeito ao estudo das reacções que envolvem as antocianinas e os 3-flavanóis.
Grande parte dos mecanismos envolvidos nestas transformações são desconhecidos.
Têm-se verificado nos últimos anos alguns avanços no que diz respeito ao estudo das reacções que envolvem as antocianinas e os 3-flavanóis.
Alterações estruturais
Numa primeira fase, imediatamente após a vinificação, ocorrem fenómenos de copigmentação envolvendo as antocianinas.
As primeiras transformações estruturais levam ao aparecimento de novos pigmentos.
Resultam da reacção entre as antocianinas e os 3-flavanóis directa ou indirectamente envolvendo o acetaldeído.
Estes últimos apresentam características cromáticas que podem contribuir para a tonalidade vermelho-púrpura
Própria dos vinhos tintos novos.
Durante o envelhecimento, as reacções de polimerização das antocianinas com as proantocianidinas irão provocar a alteração da cor do vinho para uma tonalidade vermelho-alaranjado.
No caso de vinhos tintos velhos.
De facto, verificou-se que a associação directa entre as antocianinas e os taninos podem originar sais de xantílio de cor laranja.
Como se pode verificar em cima, as diferentes castas apresentam-se em mosto, plenas de cor e de compostos fenólicos.
No caso dos fortificados, a cor vai esvanecendo e aloirando, até tonalidade âmbar.
3 pontos de partida e 20 anos mais tarde !
Nos tintos de mesa, a sua cor tende a tonalidades mais acastanhadas e perdem alguma opacidade.
Num breve trecho e de forma mais simples possível, procurámos explicar-lhe como ocorre a evolução da cor do vinho tinto.
Claro que de casta para casta, o fenómeno e evolução, e até as diferenças de terroir, influem.
Uma sugestão
Em diversos produtores, os vinhos engarrafados nos sucessivos anos de colheita acumulam.
Experimente adquirir vinhos de anos diferentes e verá que quer a cor, mas os paladares passarão algo que terá capacidade para serem antevistos por si.
E vivam os vinhos velhos !
2 Comentários
Júlio Torres
6 anos atrásObrigado pela exposição!
Gostei, aprendi!
Cumprimentos
Jorge Cipriano
6 anos atrásFolgamos saber que os assuntos trazidos pelo Clube de Vinhos Portugueses ajudam e informam. Cumprimentos.