Deliciosas e típicas papas de carolo

Em tempos passados escasseou o arroz e abundou o milho, desta necessidade nasceram as deliciosas e típicas papas de carolo !

É um prato nativo da profunda Beira Interior, especialmente confecionada na Beira Baixa.

papas de carolo

Papas de Carolo em taça individual

A base de execução é muito semelhante ao arroz doce.

A Aldeia da Póvoa da Atalaia, terra do escritor Eugénio de Andrade, consta ser a povoação onde nasceu este doce típico.

O poeta Eugénio de Andrade ( Fundão, Póvoa de Atalaia, 19 de Janeiro de 1923 — Porto, 13 de Junho de 2005 )

O poeta Eugénio de Andrade ( Fundão, Póvoa de Atalaia, 19 de Janeiro de 1923 — Porto, 13 de Junho de 2005 )

As deliciosas e típicas papas de carolo eram uma oferenda a São Sebastião sempre que as colheitas corriam de feição e não eram devoradas pelos insetos.

A praga de insetos era especialmente constituída pelos insaciáveis gafanhotos.

A Capela de São Sebastião

A Capela de São Sebastião

Diz a lenda que os gafanhotos apareceram mortos, bem longe das espigas, perto da Capela de São Sebastião precisamente.

Cumpre-se assim a promessa.

E nós, consumidores destas pecadoras sobremesas, as deliciosas e típicas papas de carolo, acompanhadas por um vinho licoroso remata qualquer refeição abundante.

Tradicional procissão das festa das papas de carolo

Tradicional procissão das festa das papas de carolo

Vamos ver como se prepara.


Receita

papas-carolo-milho

Introdução:

Para preparar é preciso misturar o milho com açúcar, leite, sal, canela e água.

Consome-se, sobretudo, nos distritos portugueses da Guarda e Castelo Branco, e há pessoas que, em vez de adoçar a receita com açúcar, preferem fazê-lo com mel, com o qual adquire um sabor mais forte.

Ingredientes (Para 4 pessoas)

  • 3 chávenas de carolo (milho amarelo ou branco partido) ;
  • 1 litro de leite ;
  • 1 chávena de açúcar (aprox.) ;
  • sal marinho ;
  • canela

Preparação:

Para lavar o carolo, este é colocado num alguidar com bastante água fria e agita-se de modo a trazer ao de cima o farelo.

Retira-se o farelo e muda-se a água tantas vezes quantas as necessárias para que o carolo fique bem lavado.

Quando o carolo estiver limpo de farelo, muda-se a pouco e pouco para outro alguidar com água, para o libertar das areias que se depositam no fundo, operação que se repete as vezes necessárias.

Tem-se ao lume uma panela com água temperada com sal.

A água deve ser pelo menos três vezes o volume do carolo (para cada chávena de carolo, quatro chávenas de água).

Quando a água levantar fervura, introduz-se o carolo e deixa-se cozer, tendo o cuidado de o mexer de vez em quando no princípio e constantemente assim que o preparado se torne mais espesso.

Quando o milho estiver a meia cozedura, começa a juntar-se o leite a pouco e pouco, mexendo sempre.

Por fim adiciona-se o açúcar, deixa-se cozer um pouco mais e serve-se em travessas ou pratos individuais enfeitados com canela.

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