História Sobre a Chegada da Videira a Portugal
Para abordarmos a História Sobre a Chegada da Videira a Portugal, o assunto poderá ser controverso e revelar algumas divergências.
Há quem diga que foram os Fenícios a trazerem as primeiras vides, mas contudo existiram achados arqueológicos junto de Marrazes – Leiria, que sugerem que já cá existia a Vitis Vinifera.
No entanto, na zona da região anteriormente designada por Estremadura, foi onde os Fenícios iniciaram o plantio de vinha em larga escala.
Devido à sua posição bastante favorável quer em termos geográficos, quer em termos edafo-climáticos.
Fenícios a Sul ?
Mas a região onde efetivamente se plantaram as primeiras vides foi no Algarve, em Sec. X A.C e aqui inicia a História Sobre a Chegada da Videira a Portugal !!!
Os Lusitanos tinham um mapa de expansão a Interior e nem sequer conheciam vinho.
Consumiam Cidra e Hidromel, este último trazido pelos Vikings.
Os Lusitanos eram na realidade povos Celtas e transacionavam bens com Fenícios e Gregos que dominavam os seus portos a litoral do nosso atual mapa de Portugal.
Guerras do Mediterrâneo
Na altura, a Civilização Fenícia entrou em declínio, enfraquecida pelas Guerras Púnicas, sendo sucedida pelas Civilizações Egípcia, Grega e Romana.
Primeiro o Egito, onde a cultura de vinha se processava em espaldares.
Havendo inúmeras gravuras alusivas quer à cultura e produção de vinho, quer ao seu transporte, sinónimo da grande importância que tinha para esta civilização.
Gregos
Na Grécia foi onde verdadeiramente se iniciaram estudos muito mais aprofundados.
Inicia-se a definição de terroir, como os locais mais adequados para o plantio de vinha, as castas, a condução das latadas, a poda, a produção e conservação de vinho.
Conseguiu produzir-se néctar dos deuses de forma mais racional e de muito melhor qualidade!
Para o transporte marítimo eram utilizadas as ânforas, muito procuradas ainda hoje quando se trata de estudos e procuras arqueológicas.
Havia ainda o transporte em odres que davam mau aroma ao vinho, levando assim, à adição de resina, solução encontrada na época, conduzindo ao termo “retsina”.
Civilização Romana
O destino da produção vínica grega era até o Imperador Augusto, da Civilização Romana.
Devido à grande atividade militar, o cultivo das terras assumia um papel secundário.
A História Sobre a Chegada da Videira a Portugal é relevante no perído romano, pois, após a expulsão dos muçulnanos da Península Ibérica.
Foram os monges de Císter com os seus registos, permitiram a correta distribuição do plantio de vinhas.
A milha correspondia a mil passos romanos; mille. Atualmente a milha terrestre são 1500 metros.
Designavam-se coutadas, por serem entregues a Condes que por sua vez distribuíam por agricultores.
Mais tarde os Romanos dedicaram-se verdadeiramente quer ao cultivo da vinha quer ao aperfeiçoamento da produção de vinho.
No caso da Península Ibérica, o interesse especial e legado de conhecimento foi deixado pelos Romanos.
Dado o muito longo tempo em que permaneceram por estas paragens.
Inovação e desenvolvimento vinícola pelos Romanos
Estudos sobrenatureza dos solos, a sua preparação para a cultura da vinha, a multiplicação das plantas, o sistema de condução e a poda, a enxertia, as fertilizações, os tratamentos.
E até o rigor na definição da data da vindima constituem esta História Sobre a Chegada da Videira a Portugal.
Estes foram aspetos muito aprofundados e que nos foram deixados até à atualidade.
O mesmo se aplicava à produção de vinho e as diversas fases.
Desde a pisa de uvas no Calcatorium,
à prensagem no Torcularium,
À fermentação do mosto na Tinaia, à adega ou armazenamento para conservação na Cella Vinaria terminando no seu envelhecimento na Apoteca.
Foi no último século antes de Cristo que se admite ter sido introduzido um parafuso na extremidade da prensa de vara.
Perduram inúmeras em produtores nacionais, utlizando de forma proveitosa algo tão simples como a influência da gravidade.
Nesta época, o consumo e produção de vinho eram já em grande escala, quer para acompanhar refeições, quer nas inúmeras festividades.
As festividades mais importantes designavam-se as bacanais, em alusão ao deus Baco, o principal alvo de diversas comemorações e homenagem pelo saboroso néctar proporcionado.
Declínio do Império e muçulmanização
Após o declínio do Império Romano, com as invasões bárbaras, o cultivo de vinha sofreu forte delapidação.
E mais ainda com os Muçulmanos em 711, que salvo raríssimas exceções, e em consequência da religião que proíbe o consumo de bebidas alcoólicas.
Estes mesmo assim, enfrentaram forte oposição do mundo cristão, que sob ponto de vista económico herdou a produção e consumo de vinho.
Apesar deste facto, o desenvolvimento e evolução do cultivo de vinha estancaram.
2 Comentários
Alberto Martins
6 anos atrásCaro amigo Jorge Cipriano,
De facto, estamos sempre a melhorar os nossos conhecimentos sobre vinhos, um dos excelentes tesouros que temos em Portugal.
Com estas informações constantes sobre vinhos, incentivei alguns alunos meus aqui na China que aprendem português, a fazer a Tese de Licenciatura sobre os vários tipos de vinhos e características dos vinhos portugueses.
Estou satisfeito, pois a cultura portuguesa também está no desenvolvimento dos bons produtos que temos em Portugal e neste caso os vinhos que já são bem recebidos e apreciados pelos bons apreciadores chineses.
Um grande abraço de amizade e um Feliz Ano Novo.
Até sempre.
Alberto Martins
Jorge Cipriano
6 anos atrásCaro Alberto Martins. Temos orgulho em ser portugueses e na influência que tivemos no mundo. Apraz-nos saber que chegamos tão longe com a nossa informação. Cumprimentos.