Tivemos a oportunidade de apreciar e avaliar um Vinho de Mesa da Região do Dão, quando chega uma amostra para nossa apreciação, a mesma é primeiro registada na nossa amostreca e depois sujeita a prova cega e neste caso também foi posteriormente colocada em prova à mesa com uma refeição. Neste caso podemos concluir que tivemos uma sumária Jornada Pelas Vinhas da Quinta do Sobral, onde se revelou o Maria de Santar Tinto 🍷
Primeiro percebemos o Enigma de Maria, no coração da região do Dão, onde vinhas antigas sussurram segredos ao vento, encontra-se um vinho que desafia a convenção. Maria de Santar Tinto, um nome que dança na língua como uma melodia esquecida, nos convida a explorar seus sabores labirínticos.
Na taça, Maria revelou suas verdadeiras cores. Um tom de granada profundo, lembrando framboesas esmagadas e céus crepusculares. O líquido aderia às laterais, relutante em soltar-se, como um abraço de amantes. Rodamos a taça, e o vinho se desdobrou, deixando pernas delicadas que escorregaram como seda.
No nariz parece-nos muito simpático, Ah, o aroma! Era como se Maria mesma sussurrasse segredos. frutos vermelhos e até um toque de tabaco – um mapa olfativo do terreno acidentado do Dão. Mas havia mais: um sussurro de violetas, uma memória de manhãs orvalhadas. E enterrado em tudo isso, o traço mais tênue de saudade, um de nós confessou-nos que fazia lembrar o Vinho que o avô bebia há muitos anos.
Depois na boca, a Maria de Santar dançou. Ela girou entre ameixas maduras e amoras, seus taninos firmes, mas cedendo. Um toque de carvalho baunilhado, como um beijo roubado em um vinhedo à luz da lua. Mas foi a acidez que cativou os provadores.
Quanto à História do Terroir, registamos as raízes de Maria mergulhavam fundo no solo de xisto e granito. Ela se nutria de vinhas antigas, seus braços retorcidos a embalando. As noites frescas e os dias quentes do Dão gravaram sua assinatura – um equilíbrio de poder e graça. Maria era uma contadora de histórias, sua narrativa entrelaçada em cada uva.
Por fim, deixamos um postal ou uma carta de amor, à Maria de Santar, caríssima Maria não é apenas sumo de uva fermentado, ou um mero vinho de mesa, tal como é conhecido, acaba de forma singela e simples, uma boa homenagem ao terroir, um caso de empatia ou simpatia de impacto com a boa relação de qualidade versus preço. Que suas vinhas continuem a cantar, e que sua história ecoe através das gerações. Brindamos a você, Maria – que seus mistérios perdurem.
Região: Dão
Produtor: Quinta do Sobral
Castas: touriga nacional, tinta roriz, alfrocheiro, jaen.
Álcool: 13º
Nota de Prova
Aspecto: Cor rubi intensa.
Aroma (nariz): frutos vermelhos, morango e framboesa.
Paladar (boca): Vinho equilibrado, taninos presentes
Final de boca: Bom.
Classificação: 79
Antecedentes: n/a
Harmonização: Sugere-se este Vinho para o dia-a-dia.
Apontamento final: —.