O capricho do Vinho dos Mortos

A história sobre o capricho do Vinho dos Mortos remonta ao início do Séc. XIX, durante as invasões napoleónicas.

O acaso do qual resultou este vinho tão peculiar, resulta do facto dos agricultores da zona da Boticas, face às invasões franceses terem tido a necessidade de esconder o seu bem mais precioso.

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O vinho era enterrado em chão. Quer das adegas, das pipas, lagares e outros locais ermos.

Nesta zona do Barroso, verificou-se que o resultado, ao invés do desavinho, foi um vinho com características surpreendentes e espantosas.

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O capricho do Vinho dos Mortos revelou um vinho com inebriante bouquet, baixa graduação entre os 10-11º, de cor palhete e gaseificado.

Tudo resultado da temperatura constante que o subsolo proporciona aos vinhos em estágio !

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Assim nascem tradições !

Um acaso que redundou num hábito.

Muitos avanços da Humanidade também nasceram assim, do acaso e da necessidade !

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Como se produz

As uvas que dão origem ao Vinho dos Mortos são vindimadas à mão e pisadas a pé.

Isto normalmente na primeira semana de Outubro.

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Uma vez pisadas as uvas, o mosto permanece no lagar durante cerca de uma semana para maceração sobre películas.

O vinho é transfegado para pipas de madeira onde permanecem em fermentação.

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Obtém-se aqui ainda a fermentação malolática.

Após aprovação por certificação, o vinho é engarrafado.

Tal como há dois séculos atrás, o vinho é enterrado precisamente debaixo das pipas e do lagar totalmente enterradas.

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Aqui, beneficiando de temperatura constante e ausência de claridade, permanecem pelo menos seis meses.

O prazer seguinte vem à mesa.

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Além deste vinho, a zona do Barroso é riquíssima em azeite, vitela DOP Barroso, queijos, e inúmeras iguarias endógenas.

Um vinho que pede por exemplo uma sumptuosa carne de Vitela DOP Barrosã !

Vinhos, comida, amigos, família e quem aparecer são uma comunhão tão portuguesa !