O que é uma casta tintureira
Para sabermos o que é uma casta tintureira, temos antes de mais dois conceitos básicos.
As uvas têm polpa e casca de cores tintas escuras!
Ao invés, as vulgares castas tintas, possuem casca escura mas polpa clara !!!
A palavra tintureira vem do conceito francês “teindre ou teindre”, ou seja, para tingir ou manchar.
Líquido claro e quase incolor
Mas esperem, o sumo das uvas tintas normais é claro e transparente ?
Sim, é !
Quando as películas ficam sobre o sumo a fermentar, a antocianina (pigmento de cor) é liberta, literalmente “pintando” o vinho em resultado.
Por essa razão, podemos ter variações tais como rosés de Pinot Noir com contacto curto com as películas, ou nenhum resultando num vinho branco, que vulgarmente se designa por Blanc de Noir!
Em Portugal temos resultados assim por exemplo com a casta Baga, Castelão ou até Tinta Roriz !!!
Evidente, temos exceções à regra.
Castas como Cabernet Sauvignon ou Syrah, não permitem elaborar vinhos brancos assim, dado a quantidade de antocianinas nas películas que tingem de imediato o líquido a macerar.
As suas películas e polpas são vermelhas. Do Syrah são produzidos rosés de qualidade apesar de tudo.
Porque existem as castas tintureiras ?
Mais um conceito sobre o que é uma casta tintureira !
Trata-se duma mutação genética natural.
Julga-se que estas variedades de polpa vermelha escura e profunda, foram plantadas para acrescentar maior profundidade visual ao vinho Aramon.
Vinho Aramon ainda hoje obtido, dado ser uma casta altamente produtiva e resistente ao míldio, da zona de Languedoc-Roussilon.
Três exemplos de castas tintureiras
Existem inúmeras castas com estas características.
Contudo e dado a diversidade de estilos proporcionada e situações geográficas distintas, permitem definir com clareza o que é uma casta tintureira .
Alicante Bouschet
Quem tem em mente castas tintureiras, esta será seguramente das primeiras escolhas !!!
Originada em 1866, foi encepada para conferir maior profundidade de cor à Aramon, sendo conhecida por vinhos muito encorpados e profundamente escuros, especialmente monovarietais, se bem que a sua presença facilmente se faz sentir a partir de 10% de teor varietal nos vinhos.
Nem sempre teve a melhor reputação, contudo em Portugal e Espanha disseminam os mono-varietais para enorme deleite dos consumidores que apreciam vinhos tintos intensos e a mastigar !
Quando se obtêm vinhos de boa textura, são muito ricos em frutos pretos silvestres, como amoras e notas muito especiadas.
Para saber mais sobre a casta Alicante Bouschet, clique AQUI.
Saperavi
É o orgulho da Geórgia, se bem que a sua origem é alvo de discussão pouco consensual.
Já se falou no Clube de Vinhos Portugueses quando abordámos Vinhos da Moldávia, que podem ser pesquisados no nosso website.
Ao conrário da Alicante Bouschet, é muito mais conhecido como monovarietal, obtendo vinhos de acidez elevada, com enorme potencial de envelhecimento, muito indicado para acompanhar pastas com carne!
Para saber mais sobre a casta Saperavi, clique AQUI.
Chambourcin
Trata-se dum híbrido franco-americano.
Trata-se duma casta altamente resistente ao frio. Seus vinhos são extremamente profundos e escuros. Opacos mesmo.
São muito associados a blends com Cabernet Franc.
Em monovarietais poderemos apreciar notas de cereja madura, com nuances de tabaco e notas de pimenta verde.
Fontes: Jancis Robinson e Wine Folly
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