Dentro de menos de 24 horas começaremos em forma de ritual a contagem decrescente normalmente a partir de 10, conferimos 12 passas, beijamos alguém que amamos e ouvimos um sonoro “pock” vindo da abertura de uma garrafa de vinho espumante !
Como generalizamos a celebração do Ano Novo que vem com a abertura duma garrafa de Espumante ou Champanhe ?
Existe uma amálgama de religião, realidade e claro está, muito bom marketing!
Em finais do remoto séc. V D.C., o rei Clóvis, o primeiro monarca a reunir todas as tribos francas, converteu-se ao cristianismo a pedido de sua esposa, Clotilde.
O seu batismo ocorreu na Igreja de Reims, o atual coração geográfico da Região de Champanhe !
O bispo responsável pela cerimónia utilizou vinho espumoso de Reims! Considerado sagrado na época.
Estamos a 1 milénio, antes do início da produção de Champanhe em que intencionalmente se tornou um vinho com gás efervesacente !!!
Durante o reinado de Clóvis, o vinho espumante ou efervescente era visto como anti-religião !
Foi um cientista inglês, Christopher Merret, que 20 anos antes descobriu o método champanhês clássico, 20 anos antes do bispo Beneditino, dom Pierre Perignon (o tal Dom Perignon).
Este método foi escrito e publicado pela Royal Society em Londres em 1662.
Este novo vinho espumante tornou-se popular entre classes de elevado estatuto: realeza, ariscotracia, burguesia, etc.
O desafio subsequente consistiu na obtenção de garrafas resistentes à elevada pressão, dado que as na época facilmente explodiam e eram muito fracas.
Em Inglaterra iniciou-se a produção de vidro de carvão, sendo essa a matéria-prima para as garrafas de Dom Perignon !!! Muito mais resistentes e seguras.
A realeza francesa reclamou a origem da Região do Champanhe !
Em 1728, um acérrimo consumidor, Rei Luís XV, decretou que o vinho espumante apenas poderia ser exportado e acondicionado em garrafas de vidro especiais.
As classes abastadas recebiam e compravam garrafas de verdadeiro Champanhe. As mais desfavoridas recebiam em barris, cuja proveniência era duvidosa.
Com o mercado francês do vinho espumante muito restrito, as casas de champanhe como Moët & Chandon aumentaram a proeminência e continuaram a refinar suas técnicas de vinificação.
Ao abrir uma garrafa de champanhe hoje, pense nestas histórias e em todo este trabalho prévio de estudo e refinação de técnicas, que hoje lhe permitem o tal pock muito ao nosso gosto !!!