Por forma a contornar a má imagem dos vinhos do Ribatejo, entendeu-se e bem alterar esta denominação.
História da Região
Situado no Centro de Portugal, o Ribatejo, com uma vasta superfície agrícola utilizada (SAU), de 258.000 ha., cerca de 7% da nacional e com uma área florestal de 160.000 ha., perto de 17% da nacional, possui inegáveis condições naturais para o desenvolvimento das actividades agrícolas, florestais e pecuárias.
A história da viticultura no Ribatejo perde-se nos tempos, já que a existência de vinha no Ribatejo é muito anterior à nacionalidade, conforme atestam os amarelados manuscritos em papiro, do tempo dos romanos que terão sido os principais introdutores da cultura da vinha nesta Região.
Em documentos emanados de Reis como D. Afonso Henriques, D. Sancho II e D. Fernando, só para citar alguns são variadas as referências às vinhas e aos vinhos do Ribatejo.
Também Fernão Lopes cita “as grandes carregações de vinho” referindo “que a exportação média anual chegou a carregar 400 a 500 navios e que num ano atingiu 12.000 tonéis de vinho”.
Porém, o apogeu do comércio destes vinhos foi sobretudo no século XIII, no fim da sua primeira metade, que só para Inglaterra, chegou a atingir a cifra de quase 30.000 pipas.
A vinha teve ainda um papel preponderante na colonização do Ribatejo.
Entre 1900 e 1960, a população do continente aumentou cerca de 61% tendo tido no Ribatejo, sensivelmente a mesma evolução. No entanto, nos concelhos de maior incidência vitivinícola do Ribatejo (Almeirim, Alpiarça, Cartaxo, Chamusca, Coruche, Rio Maior, Salvaterra de Magos e Santarém), o aumento de população no período considerado foi de cerca de 175% e só em Almeirim este aumento foi de cerca de 228%.
O principal acidente orográfico existente no Ribatejo é a Serra de Aires e Candeeiros, delimitando o que podemos chamar de Alto e Baixo Ribatejo e em termos hidrográficos o Rio Tejo, pela sua dimensão e pela sua regular irregularidade (cheias) continua a condicionar, umas vezes para o bem outras para o mal, as actividades agrícolas da Região. A vinha, ainda assim, é por norma a cultura menos afectada pelas cheias que ocorrem cada vez com menos frequência, graças à gestão dos caudais feitas pelas diversas barragens.
Encontramos na Região três zonas distintas de produção, conhecidas como “O CAMPO”, “O BAIRRO” e a “CHARNECA”.
O CAMPO, com as suas extensas planícies, adjacente ao Rio Tejo, conhecido também como a LEZÍRIA DO TEJO, sujeita a inundações periódicas, que se causam alguns transtornos, são também responsáveis pelos elevados índices de fertilidade que aqueles solos de aluvião possuem, é, por excelência a zona dos vinhos brancos, onde a casta Fernão Pires é rainha.
O BAIRRO, situado entre o Vale do Tejo e os contrafortes dos maciços de Porto de Mós, Candeeiros e Montejunto, com solos argilo-calcáreos em ondulados suaves, é a zona ideal para as castas tintas, nomeadamente a Castelão e Trincadeira.
A CHARNECA, localizada a sul do CAMPO, na margem esquerda do Rio Tejo, com solos arenosos e medianamente férteis, se por um lado apresenta rendimentos abaixo da média da Região, por outro lado induz a um afinamento, quer de vinhos brancos, quer de vinhos tintos.
No Ribatejo existem actualmente cerca de 19.989 hectares plantados de vinha (representam cerca de 8.5% do total nacional), dos quais 11.993 ha são de castas brancas (60% da produção) e 7.996 ha são castas tintas (40% da produção), que produzem anualmente, no total, cerca de 800.000 hls de vinho (representam cerca de 12% do total nacional). Destes 800.000 hls são certificados cerca 76.000 hls dos quais 81% são vinho regional e 19% são vinhos com Denominação de Origem Controlada (DOC). Cerca de 30% da produção dos vinhos certificados (DOC e Regional) destinam-se à exportação.
As plantações são alinhadas. O sistema de condução tradicional é a vinha baixa, embora a introdução da vindima mecânica tenha vindo a introduzir alterações, nomeadamente na altura da vinha.
A produção média total da Região no triénio 2004/05/06 foi de cerca de 804.000 hl., sendo a produção estimada para a campanha de 2006/2007 de cerca de 639 000 hl.
A produção média situa-se entre os 32 e os 36 hl./ha., sendo o limite máximo definido nos Estatutos da Denominação de Origem, de 80 hl/ha. para os vinhos tintos e de 90 hl/ha. para os vinhos brancos
3 Comentários
L.Martins
14 anos atrásBoa Ideia
Centro De Portugal.
Oleiros, Proença a nova, Vila De Rei, Mação.
Quer uma demarcação para a aguardente de medronho e produtos derivados…Como a França tem para o cognac , armagnac , calvados ( a base de maçã) e com fundos da Europa…Mas os nossos Representantes Políticos teem a visão tão pequena …Preferem investir em grandes lagares de azeitona (estilo Sotima ) que toda a Europa tem… onde o preço está tão barato que até metade das pessoas nem a apanha…na vez de investir num produto regional ..onde a procura.. ultrapassa a oferta…e este fruto se dá tão bem ou melhor que a azeitona??? Pedir fundos de reflorestação e plantação do medronho fruto natural da nossa zona!
JOAQUIN GASSET
15 anos atrásQUE BUEN TRABAJO, Y ADEMAS QUE BIEN DOCUMENTADO Y EXPLICATIVO.
ME ENCANTA PORTUGAL Y TODOS SUS VINOS.
MUCHAS GRACIAS J.G
José
15 anos atrásAinda nao li tudo com atenção, mas obrigado pelo belo trabalho.
Abraços vínicos
J.B.