Num dos meus deambulantes passeios por garrafeiras diversas que existem por vezes encontram-se verdadeiras surpresas. É o caso deste produtor. Por isso não devemos beber marcas, devemos provar sabores. Por vezes seria desejável usarmos uma venda nos olhos.
A vida é mesmo feita destas pequenas surpresas.
Pequena resenha histórica
A Casa do Valle situa-se a 2 Km da lendária Ponte de Cavez, local referido com enlevo por Camilo Castelo Branco, na sua obra, e estende-se, protegida pelas serras do Barroso e Alvão, pelas encostas do rio Tâmega.
A produção de vinho nesta Quinta, propriedade da famila Sousa Botelho há várias gerações, remonta o Sec. XVIII.
A excelente exposição das vinhas desta propriedade, localizada na sub-região de Basto da Região dos Vinhos Verdes, aliada à boa selecção das castas e processos de vinificação originam vinhos de reconhecida qualidade.
A Casa do Valle, Sociedade Agrícola, Lda. foi fundada em 1987 e dedica-se, desde sempre, à exploraçao vitivinícola da propriedade da família Sousa Botelho. O processo de produção reflecte a aliança entre a tradição e a modernidade e as características dos Vinhos Verdes aqui produzidos traduzem a aposta permanente na procura da excelência.
Desde o seu lançamento, em 1989, que os Vinhos Verdes Casa do Valle branco e tinto se pautam pelos mais elevados padrões de qualidade da Região.
O Casa do Valle Vinho Regional Minho Rosé, lançado em 1992, é prova do espírito inovador e irreverente deste Produtor pioneiro na vinificação de uvas tintas de Vinho Verde (da casta vinhão e rabo de ovelha) para produção de vinhos rosados.
Em Abril de 1996, como complemento da actividade, a Casa do Valle inaugurou uma casa de Turismo Rural e Enoturismo onde os visitantes podem instalar-se para usufruir de toda a beleza e tranquilidade da Região e conhecer melhor estes vinhos de Basto.
Novidade em 2009 foi o lançamento do Casa do Valle Grande Escolha, comemorando desta forma os 20 anos do primeiro engarrafamento desta marca.
Este vinho é fruto do contínuo investimento nestes últimos anos em duas áreas fundamentais:
a viticultura
– aumento de área de vinha, aposta em novas castas, melhoria dos cuidados a ter na cultura e tratamento da vinha;
e a Enologia
– introdução de novas práticas enológicas na vinificação, melhoria das condições técnicas na adega.
A Casa do Valle, propriedade da família Sousa Botelho, situa-se em Cabeceiras de Basto, no Norte de Portugal.
Com uma área de 170 ha, dos quais 55 de plantação de vinha, é uma das quintas com maior produção na Região dos Vinhos Verdes, utilizando exclusivamente uvas próprias.
A quinta está localizada na Sub-Região de Basto da Região dos Vinhos Verdes onde é particularmente interessante o contraste entre o sistema de condução em enforcado e ramada ainda existente para o vinho tinto nas extremidades dos campos (bordadura) com as vinhas contínuas onde predomina o sistema de condução em cordão simples ascendente.
As castas nobres predominantes para o vinho branco são o Alvarinho, o Arinto, o Azal, bem como o Loureiro; nas castas tintas o encepamento é dominado pelo Vinhão e inclui também o Rabo-de-ovelha e Touriga Nacional.
Na quinta abundam várias construções rurais antigas típicas da região e da época. Para além da própria casa senhorial, merecem especial menção a sua capela bem como um espigueiro monumental, com relógio de Sol, que está referenciado em roteiros turísticos dado ser dos poucos em Portugal todo construído em granito incluindo o telhado.
A Casa do Valle possui duas adegas. Uma para o Vinho Branco e para o Rosado, instalada numa bonita construção do Sec. XVIII, em pedra, muito característica desta Região, que foi cuidadosamente restaurada para aí se montar todo o equipamento adequado aos processos mais modernos de vinificação, armazenamento de 250.000 litros e engarrafamento, numa harmoniosa ligação entre a mais recente tecnologia e a traça antiga da casa.
A Adega dispõe de 2 prensas pneumáticas, cubas em aço inoxidável, sistema de frio para fermentação e estabilização dos vinhos, linha própria de engarrafamento, rotulagem e laboratório de controlo de qualidade.
Outra para o vinho tinto com capacidade para 150.000 litros a funcionar numa interessante construção em pedra, onde podemos encontrar os tradicionais lagares em granito. Possui, também sistema de frio e calor para controlo de fermentações.
A Vinhas da Casa do Valle estendem-se ao longo das duas margens do rio Tâmega.
Na Margem direita na freguesia de Cavez, Cabeceiras de Basto onde predominam solos de origem granitica, franco-arenosos típicos do Minho. Já na Margem esquerda as vinhas estão plantadas na freguesia de Cerva, Ribeira de Pena onde encontramos solo de aluvião, xistosos.
As altitudes andam entre os 250 e os 400 metros. Em relação às formas de condução predomina o cordão simples unidireccional ascendente, variando a forma de condução e poda consoante a parcela e a casta de uva utilizada.
A Casa do Valle ao longo dos últimos anos tem vinda a reforçar a sua aposta na viticultura, seleccionando diversas castas para, de ano para ano, se obterem melhores vinhos satisfazendo assim os diversos Mercados nacionais e internacionais.
Toda a produção de uvas respeitam os métodos de produção integrada tendo todos os cuidados com o meio ambiente e seguindo as tradições e os saberes da cultura da vinha em Portugal e em particular no Entre-Douro-e-Minho.
Dada a orografia da região onde estão instaladas as vinhas existem diversas castas espalhadas por diferentes parcelas.
A propriedade em que a Casa do Valle se insere tem condições privilegiadas para o Turismo Rural e Enoturismo. Integrada na Rota dos Vinhos Verdes, a Casa do Valle disponibiliza uma outra casa do séc. XVIII, restaurada e preparada para receber turistas que aí podem descansar, usufruir dos locais ideais para a prática de caça, pesca, actividades radicais como o rafting, parapente, entre outras; e têm oportunidade de conhecer melhor a cultura e produção do Vinho Verde.
Inaugurada após restauro em Abril de 1996, a casa, com lotação para onze pessoas, disponibiliza para uso exclusivo dos hóspedes duas salas de estar, uma sala de jantar, cozinha, cinco quartos duplos e um single. A piscina está inserida num jardim com vista panorâmica sobre as vinhas e montanhas da Região de Basto, onde se destaca o Monte Farinha, vulgarmente conhecido por Senhora da Graça.
A Região de Basto oferece a quem a visita paisagens dispostas em anfiteatro sobre o Tâmega rodeadas por um conjunto de formações montanhosas recortadas por pequenos afluentes e exuberantemente pintadas pela mistura de verde dos carvalhos e pinheiros e dos tons rosa e amarelo das diversas variedades de urzes.
Destaca-se no Parque Natural do Alvão “O sítio conhecido por Fisgas do Ermelo situado na Serra do Alvão, concelho de Mondim de Basto, é sobejamente conhecido na região pelos seus valores naturais únicos e raros. Trata-se de uma região com formações xistosas de silúrico de grande interesse paisagístico e geológico, cujo fulcro é a queda de água do rio Olo, em Fisgas do Ermelo”. (in Preâmbulo do Dec. Lei n.º. 237/83 que criou o PNA); a Serra da Cabreira, bem como o rico património edificado como a Ponte de Cavez (séc. XII), o Mosteiro de S. Miguel de Refojos (Origem no séc. XII e reconstruído no séc. XVII), o Castelo de Arnoia (séc. X), a Estatua do Dom Basto (símbolo da Região) entre outros.
Com as novas acessibilidades – A7 e A24 – a Casa do Valle fica a 60 minutos do Porto, 35 m. de Guimarães, 25 m. do Golfe de Vidago, 35 m. de Vila Real e 45 m. do Peso da Régua (Douro).
As castas que se podem encontrar nas vinhas são:
Castas Brancas:
Alvarinho ▪
Casta antiga e de qualidade excepcional, responsável pela merecida fama dos vinhos brancos varietais produzidos na região do Vinho Verde. Tem um perfil floral e frutado muito característico, com notas de tília, erva-cidreira, madressilva, pêssego, toranja e maçã, tudo muito bem casado com a elevada acidez típica dos brancos frescos do Noroeste da Península Ibérica. Produz vinhos equilibrados, com boa estrutura e teor alcoólico.
Área de Vinha da Casta Alvarinho: 10 Ha
Arinto ▪
Uma das castas portuguesas mais antigas e de grande tradição, recomendada em toda a Região Demarcada com excepção da Sub-Região de Monção. Encontra-se difundida na maioria das regiões vitivinícolas, uma vez que uma das suas características é a capacidade de adaptação a diferentes terrenos e climas. A Arinto, que na região dos Vinhos Verdes é também conhecida por Pedernã, tem na boa acidez um dos seus maiores trunfos, a que se junta uma estrutura de qualidade e um toque aveludado. O aroma frutado, sobressaindo notas minerais, de maçã verde e limão. Casta de grande nobreza, produz vinhos que evoluem muito bem em garrafa, ganhando elegância e complexidade.
Área de Vinha da Casta Arinto: 12 Ha
Avesso ▪
Casta branca de alta qualidade. Produtiva e rústica. Dá origem a vinhos com aroma e casta, harmoniosos e saborosos.
Área de Vinha da Casta Avesso: 3 Ha
Azal ▪
Casta branca de qualidade, recomendada na Sub-Região de Basto, Penafiel. Muito produtiva e rústica. Dá origem a vinhos de aroma delicado, ligeiramente acídulos e frutados.
Área de Vinha da Casta Azal: 8 Ha
Loureiro ▪
Cultivada em grande parte da Região Demarcada, é uma casta com um já longo historial e uma das principais responsáveis, nas últimas décadas, pela afirmação dos vinhos verdes brancos.
Aromaticamente exuberante, há quem a considere, a par do Moscatel, a mais perfumada das castas portuguesas, sugerindo loureiro (e daí lhe virá o nome), tília, acácia, laranja e pêssego. Tal como acontece com o Alvarinho, o Loureiro é uma casta de grande tipicidade, usada também em vinhos de casta única. As suas excepcionais qualidades aromáticas constroem, com outras uvas da região, alguns dos melhores vinhos brancos portugueses.
Área de Vinha da Casta Loureiro: 5 Ha
Trajadura ▪
Casta branca de qualidade, recomendada em grande parte da Região Demarcada; de área de cultivo em grande expansão é oriunda da Sub-Região de Monção; produtiva; dá origem a vinhos com aroma delicado e pouco acentuado, saborosos, mas com tendência a vinhos
desequilibrados.
Área de Vinha da Casta Trajadura: 2 Ha
Castas Tintas:
Vinhão/ Sousão ▪
Casta tinta de qualidade, recomendada em toda a Região Demarcada; como única casta regional tintureira é a mais expandida na Região; produtiva; dá origem a vinhos de cor vermelha granada, vinosos, encorpados, harmoniosos e saborosos com aromas muito marcados a frutos vermelhos e pretos.
Área de Vinha da Casta Vinhão: 10 Ha
Rabo de Ovelha ▪
Casta tinta de qualidade média, recomendada na Sub-Região de Basto, onde é cultivada mais intensamente e com representatividade; altamente produtiva e rústica; dá origem a vinhos de cor rubi e de qualidade.
Área de Vinha da Casta Rabo de Ovelha: 2 Ha
Touriga Nacional ▪
É a casta rainha portuguesa, responsável pelo sucesso dos vinhos tintos de diversas regiões de Portugal em especial Douro e Dão. Esta variedade pouco produtiva está na origem de vinhos encorpados, intensamensamente aromáticos com notas a frutos vermelhos e florais, com uma óptima capacidade de envelhecimento ganhando complexidade aromática na sequência de estágios em barricas de carvalho.
Área de Vinha da Casta Touriga Nacional: 1 Ha
Dados da produção
Enologia: Luís Duarte e José Ferrão
Viticultura: Ricardo Pedrosa
Uvas: exclusivamente uvas produzidas na Propriedade
Idade das vinhas: de 5 anos até 35 anos
Altitude das Vinhas: entre os 250 metros e os 400 metros
Vindima: apanha manual em cestos de 20 kg, separadamente por castas de acordo com o seu estado de maturação entre os finais de Setembro e finais de Outubro
Vinificação dos vinhos Brancos e Rosé: desengasse e prensagem pneumática.
Fermentação com controlo de temperatura em cubas de inox. Estabilização de frio e filtragem.
Vinificação dos vinhos Tintos: desengasse. pisa em lagares de pedra, pelo método tradicional (curtimenta).
Estágio: em cubas de Aço Inox
Inserção da Quinta na Região dos Vinhos Verdes
A região demarcada do Vinho Verde é a maior do mundo cobrindo cerca de 7.000 Km2. A forte identidade geográfica e condições climatéricas dão origem àquele que é considerado o mais singular vinho português.
A quinta está localizada na Sub-Região de Basto, no interior da Região dos Vinhos Verdes. A Sub-Região de Basto distingue-se das restantes por factores como: temperaturas mais altas, níveis de humidade inferiores e uma diversidade de solos onde se pode encontrar o granítico e o xistoso. Estas condições permitem a produção de Vinhos Verdes mais complexos, com um acidez mais moderada mantendo toda a frescura característica dos vinhos da Região dos Vinhos Verdes.
A produção de vinhos na Casa do Valle remonta ao Sec. XVIII mas os primeiros engarrafamentos do vinho com a marca “Casa do Valle” datam de 1989, o branco e tinto; de 1992, o Rosé o primeiro da Região dos Vinhos Verdes a merecer a classificação de Vinho Regional Minho; sendo 1999 e 2000 os engarrafamentos de Azal e Arinto, respectivamente.
Em 2009 como forma de comemorar os 20 anos do primeiro engarrafamento desta marca foi lançado o Casa do Valle Grande Escolha que resultou da selecção das melhores uvas das castas Alvarinho, Arinto e Loureiro.
Nos anos 90 iniciou a exportação. O primeiro destino foi França, estando actualmente a exportar para Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Estados Unidos da América, França, Finlândia, Holanda, Japão, Polónia, Reino Unido entre outros
A superior qualidade dos vinhos da Casa do Valle resulta não só das condições favoráveis que as castas nobres regionais encontram na propriedade, mas também do empenho, da paixão autêntica, que dia a dia, a família Sousa Botelho põe em todos os processos da vitivinicultura.
Contactos Casa do Valle
Casa do Valle, Soc. Agric., Lda.
Moimenta
4860-167 Cabeceiras de Basto – Portugal
Tel: 00 351 938 802 111
Fax: 00 351 226 106 573
E.mail: info@casadovalle.pt
Fonte: Site da Casa do Valle
2 Comentários
Joaquim melgaço
13 anos atrásEU SOU MELGAÇO JOAQUIM MELGAÇO sobrenome forte!