A fama do vinho de Bucelas é bastante antiga, julgando-se que a cultura da vinha foi introduzida na região pelos romanos.
O Marquês de Pombal interessou-se muito pelo vinho de Bucelas e diz-se que com a finalidade de valorizar a cultura da vinha, importou algumas castas do Reno alguns autores, pelo contrário, afirmam que as castas do Reno são originários de Portugal e que teriam sido transportados para a Alemanha pelos Cruzados Teutónicos, quando da vinda da Terra Santa.
Foi no entanto, com as invasões Francesas que o vinho de Bucelas começou a ser conhecido internacionalmente.
O Duque de Wellington, então comandante das tropas anglo-portuguesas contra os exércitos napoleónicos, por tanto o apreciar ofereceu-o de presente a Jorge III, introduzindo-o assim em Inglaterra.
Depois da Guerra Peninsular, o consumo deste vinho tornou-se um hábito na corte Inglesa. No tempo de Shakespeare era conhecido pelo nome de “Charneco”, e mais tarde foi também conhecido pelo nome de Lisbon Hock (vinho branco de Lisboa).
Esta região situa-se a 25 Km a norte de Lisboa, no vale do rio Trancão e foi demarcada por lei em 1911.
As vinhas instalam-se em solos que correspondem às tradicionais “caeiras”, predominantemente derivados de margas e calcários duros.
Com um clima bastante frio no inverno e temperado no verão apresenta, no entanto, grandes oscilações térmicas nessa época.
O vinho com direito a denominação de origem controlada é o branco, sendo a arinto e a esgana-cão as castas utilizadas.
Vinho com 11,5º, perfumado, seco, aveludado que, quando velho, ganha um tom amarelo-dourado.
É um dos nossos melhores vinhos brancos, mas as quantidades produzidas são insignificantes.
Tal como o Colares, será um vinho destinado a uma reduzida quantidade de apreciadores.
A casta que confere as características organolépticas inconfundíveis deste famoso vqprd branco é a Arinto.
A área geográfica correspondente à Denominação de Origem “Bucelas” abrange a freguesia de Bucelas e parte das e parte das freguesias de Fanhões (lugares de Fanhões, Ribas de Cima, Ribas de Baixo, Barras e Cocho) e de Santo Antão do Tojal (lugares de Pintéus, Meijoeira e Arneiro), do concelho de Loures.
Castas recomendadas:
Vinhos Brancos:
Arinto (Pedernã), com um mínimo de 75% do encepamento, Sercial (Esgana Cão) e Rabo de Ovelha.
CARACTERÍSTICAS ORGANOLÉPTICAS:
Apresentam uma cor citrina, um sabor e aroma frutados e um acídulo característico da casta Arinto.
São secos, leves e quando envelhecidos ganham um belo tom amarelo dourado e aromas terciários complexos.
Vinhos Espumantes brancos:
Os vinhos espumantes, dadas as características do vinho base, apresentam-se com aroma e sabor bastante frutados, acentuada frescura, e uma bolha fina e persistente que lhes confere uma excelente qualidade.
Fonte: J.F. Bucelas