Método tradicional versus charmat na produção de espumantes
Ao entendermos a diferença entre Método tradicional versus charmat na produção de espumantes, criamos uma sensibilidade muito especial.
Um é um método mais natural, outro de gás injetado; basicamente e simplificadamente é assim.
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Chardonnay a casta preferida para espumantes, no caso para as Caves do Solar de São Domingos na Bairrada
Diferenças mais notórias
- Método Tradicional ou Champanhês (Clássico): A segunda fermentação ocorre em garrafa, e a remoção de sedimentos é realizada com Remuage e Degorgement.
- Método Charmat ou cuba fechada: a segunda fermentação ocorre em cuba e a remoção de sedimentos desenrola-se por filtração.
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Uvas Viosinho para base espumante no Douro; são colhidas cerca de 15 dias antes da maturação total, para permitir uma primeira fermentação até aos 9,5-10,5% de álcool. Uvas da Quinta de Santa Eugénia, zona de Alijó
Basicamente temos diferenças notórias, especialmente ao nível da pressão, dimensão das bolhas dos espumantes e da origem do Dióxido de Carbono.
O dióxido de carbono produzido pode resultar das fermentações, ou pode ser injetado diretamente em líquido sob pressão.
Em comum, o designado perlage ocorre em função da segunda fermentação.
Tem também, como qualquer vinho normal, uma primeira fermentação até entre os 9,5-10,5% de teor alcoólico.
Na segunda fermentação e com a adição do licor de tiragem, aumenta até entre os 12-13%.
Para entendermos o conceito entre Método tradicional versus charmat na produção de espumantes, é necessário particularizar em apontamentos separados.
Método Charmat ou Cuba Fechada
a segunda fermentação, essencial na produção de espumantes, ocorre precisamente em cubas fechadas, de aço inoxidável restistente a pressão.
Estas cubas têm controlo de temperatura e possuem agitador interno.
Logo no enchimento da cuba, é adicionado o licor de tiragem ao vinho de base espumante, agitado e homogeneizado por via artificial.
Para promoção do arranque de fermentação, muitos produtores opram por adicionar ativadores para promoverem o crescimento da cultura de leveduras.
Para manter perfis mais frutados, opta-se por fermentar a mais baixas temperaturas, promovendo ao mesmo tempo bolhas mais finas.
O processo poderá durar entre 25-30 dias.
Na prática e resumidamente, no método Charmat, após a primeira fermentação do mosto, o vinho é transfegado para uma cuba de inox.
Aqui é adicionado o Licor de Tiragem para que ocorra a segunda fermentação.
Estas cubas ou tanques específicos designam-se por autoclaves.
Concebidos para conter a pressão resultante, enquanto as leveduras transformam açúcares em álcool mais gás carbónico, o chamado perlage.
Método tradicional ou Champanhês – Clássico
Em Portugal procuramos reproduzir o método da região de champanhe.
Evidentemente, que todos os métodos têm os seus segredos, e o que conseguimos é uma reprodução aproximada.
.Aqui a segunda fermentação ocorre dentro da garrafa, devendo ser feita com vidro temperado, o suficiente para aguentar altíssimas pressões na ordem dos 6 bar.
No método clássico ou tradicional, todas as etapas são importantes !!!
Tem que existir uma exímia seleção do vinho de base, uma extraordinária estabilização, boa seleção de leveduras e fatores de crescimento.
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Espumante obtido pelo método tradicional; observa-se bolhas mais finas e na boca sentimos uma textura como se fosse mousse. Ocorrendo fermentação malolática, com habitual, sentimos ainda notas amanteigadas
Acresce ainda a altura certa de adição do Licor de Tiragem, o arranque da segunda fermentação e finalmente o seu envelhecimento em garrafa.
O primeiro passo de lotação é primordial, pois, permite ao produtor dar sempre o seu cunho pessoal e tornar o seu espumante em algo único.
Dir-se-ia mesmo distinto e cujas características se mantenham ao longo dos anos.
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No Método Clássico a escolha de bom fruto é essencial na lotação. Aqui, Chardonnay para as Caves São Domingos na Bairrada
a lotação tem a importância vital, por exemplo por causa das características sensoriais.
Nunca devem ser inclusivamente ignorados aspetos químicos, como álcool, acidez volátil, acidez total, dióxido de enxofre livre e claro, quantidade de gás carbónico.
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Uva Moscatel Galego da Quinta de Santa Eugénia em Alijó (Douro) para base espumante. Apesar da cor rosada, a uva neste estágio de desenvolvimento ainda tem açúcares q.b. para base espumante
Grandes diferenças
- A grande diferença para o charmat é que os métodos são muito mais lentos, permitindo muito mairo extração de aromas e sabores.
- Os Charmat são mais leves, mais baratos, mas muito menos personalizados que os espumantes obtidos pelo método tradicional.
- Além disso, um dos aspetos mais importantes, a bolha finíssima, ocorre muito mais com método clássico.
Ao termos a relação entre o método tradicional versus charmat na produção de espumantes, falamos de algo de agrado abrangente entre consumidores de vinho.
Será porventura a bebida mais social, mais versátil e se quisermos ir à gastronomia, normalmente harmonizam com um leque abrangente de pratos.
A gastronomia tradicional portuguesa, por exemplo, é algo que os nossos leitores deverão lançar-se à aventura de experimentarem.
Os vinhos são uma Experiência e uma descoberta.
Espumantes são sinónimo de glamour e requinte; entre amigos torna eventos mais felizes e conseguidos.
Método tradicional versus charmat na produção de espumantes, vê-se na abertura de cada garrafa.
Com método clássico obtemos aromas mais vincados, bolha mais fina, cor mais cítrica e menor sensação de açúcar.
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evolucao da levedura no seu ciclo durante a segunda fermentação, num processo designado por autólise
No método Charmat existem alguns desequilíbrios e frequentemente se utilizam métodos de produção que disfarçam defeitos.
O melhor é sempre optar pelos espumantes obtidos tradicionalmente!
Finalmente e indo a algum quotidiano, experimente espumantes portugueses com:
- Frango da churrasqueira do seu bairro;
- Uma pizza que encomendou e lhe enrtegarm à porta;
- Aquelas refeições prontas que adquirimos, colocamos no forno e já está ao fim de 10 minutos.
Coloque um espumante no frio e sirva-o a uma temperatura entre os 6-8ºC; se for de ano de colheita mais velho, sirva entre os 9-11ºC.
Erguemos um flute a si !!
Glossário de termos técnicos:
- Perlage – bolhas de gás carbónico formado durante a espumantização.
- Remuage – Método de sedimentação que consiste em colocar as garrafas de cabeça para baixo e rodá-las periodicamente.
Assim, os sedimentos depositar-se-ão no gargalo da garrafa.
A rotação é de 1/4 por dia.
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Remuage – rotação e inclinação da garrafa para favorecer a deposição de borras e leveduras mortas no gargalo
- Degorgement – Consiste na expulsão provocada dos sedimentos e leveduras depositados em concentração para fora da garrafa.
Tudo por efeito da pressão interna que é elevada.
As leveduras mortas depositam-se passado 1 ano.
O processo consiste em congelar estas mesmas leveduras e retirar estas borras e depois inserir Licor de Expedição.
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Degorgement em que o gargalo é congelado para permitir retirar as borras que se depositaram no gargalo
- Licor de Expedição – é o próprio vinho de base espumante ao qual foi adicionado algum açúcar.
Os níveis de açúcar definem o tipo de espumante como meio-seco, Bruto ou Extra Bruto.
Os nature são espumantes com ausência de açúcar residual.
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Adição de Licor de Expedição, antes de colocar a rolha definitiva para estágio de alguns meses em garrafa
Algumas imagens importantes
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Caves com baixa temperatura onde além da remuage, o vinho espumante estabiliza. Foto nas Caves São Domingos
2 Comentários
Júlio Torres
6 anos atrásMuito obrigado mais uma vez pela informação relativa ao espumantes! Cumprimentos.
Jorge Cipriano
6 anos atrásAgradecemos a sua apreciação. cumprimentos.