Vinhos com Denominação de Origem Controlada de Torres Vedras
Em plena Região de Lisboa encontramos os vinhos com Denominação de Origem Controlada de Torres Vedras.
É uma entre as nove DOC’s que constituem a Região de Vinhos de Lisboa.
Alguém disse um dia: “A qualidade dos vinhos da nossa Villa, e seu Termo, he bastantemente conhecida e acreditada: quasi todas as pessoas de gosto, e paladar delicado, que bebem do vinho particular, chegão a preferi-lo ao do Douro, e ao melhor estrangeiro, para uso ordinario da mesa.”
Aliás, durante a Filoxera que também atingiu França, existiu muito bom Bordéus produzido com uvas colhidas nesta zona.
É nestes termos que em 1835 o insigne monografista Madeira Torres, em escrito nas “Memorias da Academia Real das Sciencias de Lisboa”, se referia à então “Villa e Termo de Torres Vedras”.
Era opinião que colheu confirmação mais tarde em 1867 na apreciação do distinto agrónomo Ferreira Lapa, quando da visita aos centros vinhateiros do Continente do Reino.
Estávamos ainda longe dos vinhos com Denominação de Origem Controlada de Torres Vedras.
A legislação e demarcação eram ainda escassas.
Terão sido referencias desta natureza que levaram à inclusão dos Vinhos com Denominação de Origem Controlada de Torres Vedras.
Isto no inicio do século XX, originou a criação de diversas regiões demarcadas para a produção de vinho tipo regional
Mais tarde pelo Decreto-Lei nº 331/89 de 27 de Setembro, reconheceu a zona vitícola Torres Vedras como VQPRD.
Denominação antecessora do DOC.
Clima e Solo
De um modo geral a vinha estende-se por todo o concelho, ocupando solos provenientes de formações jurássicas e eventualmente do Cretácico.
São sob o ponto de vista pedológico, predominantemente os argilo-calcários classificados em calcários pardos e vermelhos que recebem a cultura da vinha.
Utilizando terrenos cuja textura pode variar entre argilosa e franca, podendo mesmo para os vinhos brancos ser franco-arenosa.
O clima é do tipo Atlântico, com humidade matinal e nevoeiros sempre presentes.
No verão permite a hidratação da vinha, daí que zonas viradas para o Oceano sejam mais talhadas para produção de vinhos brancos.
Assim a vinha cobrindo colinas e outeiros, não raras vezes descendo às várzeas, chegou a ocupar uma área superior a 12000 hectares.
Atualmente tem uma área a rondar os 7000 hectares.
Características Organolépticas
- Vinhos Tintos
De cor granada acastanhada, de aroma vinoso intenso e com certa adstringência quando jovens.
Adquirem com o envelhecimento uma macieza, elegância e aveludado verdadeiramente notáveis. - Vinhos Brancos
De cor citrina, são vinhos frutados, aromáticos, revelando uma frescura de sabor e um certo acídulo.
Retratam a influência atlântica que se faz sentir no período de maturação das uvas.
2 Comentários
Gilis Iran
6 anos atrásFelicito-os pelo oportuno artigo. Sucinto, porém objetivo e esclarecedor, Sou amante de vinhos de muito corpo, teor alcoólico de 14º para cima, adstringência controlada, boa maciez e aveludado, com final de boca prolongado e que deixe a marca do seu diferencial.
Os comentários sobre o os DOC’s de Torres Vedra me deixaram curioso e ávido por prová-los.
Assim, gostaria de pedir-lhes a gentileza de me indicar alguns ícones da região, e alguns do bom custo benefício, primando pela qualidade.
Grato!
Cordiais saudações,
Gilis
Jorge Cipriano
6 anos atrásAgradeço o comentário. Existem ainda alguns produtores com vinhos DOC Torres Vedras. Adega de Dois Portos, São Mamede da Ventosa e pouco mais. Darão sempre provas curiosas. Abraço.